O Vitória SC perdeu hoje frente ao Rio Ave, por 1-3, em jogo a contar para a 19.ª jornada da Liga portuguesa de futebol.
Em Guimarães, o Rio Ave inaugurou o marcador aos 23 minutos, com um golo de Carlos Mané, ampliando a vantagem aos 32, por intermédio de Rafael Camacho. Na segunda parte, o Vitória reduziu por Ricardo Quaresma, aos 70, mas Gelson Dala aumentou a vantagem aos 74.
Com este resultado, o Rio Ave somou a segunda vitória seguida e está em nono, com 22 pontos, enquanto o Vitória, que não perdia no campeonato há seis jogos (três empates e três vitórias), está em sexto, com 31 pontos (mas menos um jogo).PUBLICIDADE
Com André André de regresso ao ‘onze’, os vimaranenses superiorizaram-se nos 15 minutos iniciais, instalando-se no meio-campo adversário graças aos sucessivos duelos que ganhava no ‘miolo’, mas sem ‘engenho’ para quebrar a organização da retaguarda vila-condense e criar oportunidades de golo.
Num desses lances em que o Vitória circulava a bola em redor da área contrária, André André falhou um passe que permitiu aos rioavistas saírem para o ataque pelo corredor central e inaugurarem o marcador: servido com um passe de rotura de Gelson Dala, Carlos Mané ganhou a Mumin em velocidade, isolou-se e rematou fora do alcance de Bruno Varela.
Com o reforço Sávio pela primeira vez no ‘onze’, a equipa de Vila do Conde cresceu com o golo, bloqueando a circulação de bola vimaranense com maior facilidade, e ampliou a vantagem num lance semelhante ao do primeiro golo, com Gelson Dala novamente a assistir, desta feita Rafael Camacho, que bateu Bruno Varela com novo remate rasteiro.
Apesar do lance em que Santos impediu a ‘emenda’ de Oscar Estupiñán na pequena área, aos 35 minutos, a formação de Guimarães mostrou-se incapaz de reagir ao cenário desfavorável, exibindo um futebol sem criatividade, apesar de ter quase sempre a bola na sua posse.
O Vitória apareceu para o segundo tempo com os mesmos 11 elementos que concluíram a primeira parte, mas incapaz de ‘romper’ a organização rioavista, e só melhorou após as entradas de Marcus Edwards e de Bruno Duarte, aos 62 minutos. ´
Bruno Duarte desperdiçou um cabeceamento para reduzir dois minutos volvidos, antes de Quaresma reduzir a desvantagem, na sequência de um penálti que sancionou falta de Filipe Augusto sobre André André, com o golo a surgir na recarga após defesa de Kieszek.
O esforço vitoriano para inverter a desvantagem ruiu, porém, quatro minutos depois, num erro clamoroso de Bruno Varela, quando a equipa estava instalada no meio-campo rioavista: o guarda-redes perdeu a bola para Gelson Dala, que se limitou a correr em direção da baliza até marcar.
A reação vitoriana perdeu força diante de um Rio Ave compacto no seu meio-campo, a gerir o resultado até ao apito final.
eclarações de João Henriques, treinador do V. Guimarães, na sala de imprensa do Estádio D. Afonso Henriques, após a derrota (1-3) frente ao Rio Ave:
https://www.facebook.com/watch/?v=136202991616575
«É evidente que o Vitória hoje, tirando três lances, fez um bom jogo. Isso é difícil perceber isto quando se perde. São três remates enquadrados, três situações de finalização e quando se comete esses erros fica-se refém de dizer que fiemos um bom jogo, mas eu tenho coragem para o dizer. Não tivemos competentes nos desequilíbrios. Isto quer dizer que não fazemos substituições só por fazer, por estar a perder ou a ganhar. Estávamos a criar as situações, mas não a finalizar, retificámos os posicionamentos. Cada vez que o adversário foi à baliza fez um golo e isto pesa. Conversámos ao intervalo, reagrupámos e a equipa no início da segunda parte esteve bem. Chegou a uma altura em que as alterações são pelas características dos jogadores, colocámos mais presença na área e o Marcus é diferente do Rúben no desequilíbrio».
«Foi um jogo de onze cantos contra zero, quinze remates contra cinco. Vinte e tal situações na área contra três do adversário. Mais de 60 por cento de posse de bola, que não ganha jogos, mas é uma realidade. Facilitámos a vida ao adversário para finalizar, esses é que foram os erros. Há jogos assim, temos de aprender, todos, a ver para além dos resultados. Já ganhámos jogos a jogar muito menos do que hoje. Estamos tristes, evidentemente, mas queremos fazer melhor do que na primeira volta. Já estamos focados no jogo de quarta-feira, as grandes equipas reagem desta forma, a ganhar».
[Mais responsabilidade em casa, onde tem as cinco derrotas averbadas até agora?] «É natural que as equipas, no geral, e nos jogos que perdemos foram todos diferentes um dos outros. Perdemos com o Sporting num jogo idêntico nos erros, em transições, depois dois jogos que podiam perder para qualquer lado, com o Sp. Braga e com o Porto. As duas equipas jogaram para ganhar, hoje o Rio Ave, não querendo dizer que não veio para ganhar, foi uma equipa na expetativa e com um bloco baixo. Só não discutimos um jogo, com o Sporting. Neste jogo o Vitória fez o suficiente para ter outro resultado».
[Relvado do Jamor interditado] «Nunca devemos discutir com um ignorante porque isso é a mesmo que jogar xadrez com uma pomba. A pomba vai derrubar as peças todas, borrar o tabuleiro todo e no fim vai pensar que ganhou o jogo. Não vale a pena. Está mais do que evidente o que todos vimos. Só peca por tardia esta decisão».
Declarações de Miguel Cardoso, treinador do Rio Ave, na sala de imprensa do Estádio D. Afonso Henriques, após o triunfo (1-3) frente ao V. Guimarães:
[Chave do triunfo] «Podia sair-me a palavra organização, mas muitas vezes é confundida. Digo rigor. Sabíamos ao que vínhamos, o contexto, o nível do adversário, o nível do adversário que a ganhar hoje e o jogo em atraso podia igualar o Benfica e o Braga. Tínhamos o plano de jogo e teríamos de ser fiel ao mesmo, as coisas fluíram e tornámos probabilidades em possibilidades».
[Chega tarde para o Rio Ave lutar pela Europa] «A felicidade por estar aqui é tão grande que acho que cheguei no tempo certo. O Rio Ave tem atingido resultados nos últimos anos que resultam no foco no trabalho e o meu alinhamento com a administração é muito grande. O nosso foco é esse, o que importa é o próximo jogo, o que está para trás esquecemos».
Veja aqui os melhores momentos da partida:
Ficha de Jogo
Jogo no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães.
Vitória SC – Rio Ave, 1-3.
Ao intervalo: 0-2.
Marcadores:
0-1, Carlos Mané, 23 minutos.
0-2, Rafael Camacho, 32.
1-2, Quaresma, 70.
1-3, Gelson Dala, 74.
Equipas:
– Vitória SC: Bruno Varela, Sacko, Jorge Fernandes, Abdul Mumin, Gideon Mensah (Rochinha, 81), Pepelu, André André, André Almeida (Bruno Duarte, 62), Quaresma, Rúben Lameiras (Marcus Edwards, 62) e Oscar Estupiñán.
(Suplentes: Matous Trmal, Zié Ouattara, Suliman, Wakaso, Miguel Luís, Marcus Edwards, Rochinha, Bruno Duarte e Noah Holm).
Treinador: João Henriques.
– Rio Ave: Kieszek, Ivo Pinto, Nélson Monte, Santos, Sávio (Pedro Amaral, 66), Pelé, Filipe Augusto, Carlos Mané (Anderson, 79), Francisco Geraldes (Tarantini, 66), Rafael Camacho (Guga, 74) e Gelson Dala (Ronan, 74).
(Suplentes: Leo Vieira, Costinha, Pedro Amaral, Diogo Teixeira, Tarantini, Guga, Meshino, Anderson e Ronan).
Treinador: Miguel Cardoso.
Árbitro: Gustavo Correia (Associação de Futebol do Porto).
Ação disciplinar: cartão amarelo para Quaresma (58), Jorge Fernandes (84), Ivo Pinto (88) e Pedro Amaral (89).