Sessenta enfermeiros do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), em Penafiel, estão a ser notificados do seu despedimento pela administração do Hospital. O caso foi denunciado pela Ordem dos Enfermeiros, depois de uma carta enviada pelos profissionais à Bastonária da Ordem.
Em causa estão cerca de 60 enfermeiros que realizaram contratos de quatro meses com o CHTS para dar resposta às necessidades do Hospital durante a pandemia e que, agora, não vão ver os seus contratos renovados.
“É inadmissível que esta situação se repita, várias vezes, sem a intervenção direta do Ministério da Saúde na defesa de quem tem protegido o país contra a pandemia covid-19”, afirma a Ordem dos Enfermeiros, recordando que situação semelhante já aconteceu no Hospital de Braga.
A Ordem dos Enfermeiros afirma ainda que os profissionais dos CHTS – “um dos hospitais mais fustigados pela covid-19” – têm “bancos de horas acima das 30 horas semanais” e considera “inadmissível” que os profissionais sejam despedidos, “numa altura em que o país se prepara para uma quarta vaga”.
Na carta enviada à Bastonária da Ordem dos Enfermeiros por uma profissional do hospital, em nome dos Enfermeiros do Serviço de Urgência do Hospital Padre Américo, os profissionais lembram o contributo que deram “na linha da frente”, num “cenário de guerra” que viveram no CHTS.
Recordam ainda que trabalham num hospital “que abrange uma das maiores áreas populacionais de Portugal”, tendo sido o hospital “mais fustigado” pela pandemia e alertam para a necessidade de profissionais num hospital onde “o número de doentes que recorre ao Serviço de Urgência cresce de forma exponencial”.
“Existe falta de profissionais. E se nós formos despedidos irão colocar outros enfermeiros em condições precárias de contratos de substituição ou talvez a quatro meses para nos substituir”, questionam.
O JN chegou mesmo a contactar a administração do CHTS, mas não obteve resposta em tempo útil.