Pelo menos 80 fotografias do anuário da Bartram Trail High School, nos EUA, foram alteradas para esconder o peito de alunas.

Os rumores corriam rapidamente na escola, contou Riley O”Keefe, aluna do 9.º ano ao “The New York Times”. Quando abriu o anuário, a estudante percebeu que, na sua fotografia, foi adicionada uma barra preta para cobrir o seu peito.

Riley não foi a única. Dezenas de outras meninas foram “vítimas” de edições semelhantes, muitas delas com alterações desajeitadas.

Segundo explica a escola Bartram Trail, com cerca de 2500 alunos, as fotografias do anuário “devem ser consistentes com o Código de Conduta do Aluno do Distrito Escolar do Condado de St. Johns ou podem ser ajustadas digitalmente”.

Christina Langston, uma porta-voz distrital, disse que uma professora, que era a coordenadora do anuário, tinha feito as edições. “O procedimento anterior da Bartram Trail High School era não incluir fotografias de alunos que considerassem uma violação do código de conduta do aluno, portanto, as alterações digitais foram uma solução para garantir que todos os alunos fossem incluídos no anuário”, continuou.

Langston acrescentou que a escola estava a oferecer reembolsos e “a receber feedback dos pais/responsáveis/alunos sobre como tornar este processo melhor no próximo ano”.

Contudo, alunos e pais estão a exigir um pedido de desculpas e afirmaram que as fotografias alteradas são o episódio mais recente de uma série de repressões pelos administradores, que usam o código de vestuário para monitorizar a forma como as raparigas se vestem.

O código de vestuário atual proíbe as raparigas de usar tops, camisas que não cobrem os ombros, calções e saias mais de 10 centímetros acima do joelho. As camisolas “devem ser recatadas e não reveladoras ou distrativas”, lê-se.

Em março, os diretores pararam no corredor e chamaram dezenas de raparigas ou tiraram-nas diretamente da sala de aula por violarem o código de vestuário. Depois deste incidente, foi iniciada uma petição online para alterar estas regras. A iniciativa já soma quase cinco mil assinaturas.

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