Com o ritmo de vacinação a aumentar, Portugal está entre os países com menor taxa de mortalidade a nível mundial. Nos últimos sete dias, morreram 0,1 pessoas no país por cada milhão de habitantes.
onge vão os tempos em que os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) estavam sobre pressão devido à Covid-19. Apesar de a situação estar bem mais controlada, com o desconfinamento, o número de infeções está a subir há quatro semanas consecutivas. No entanto, a mortalidade associada à doença tem sido baixa, uma vez que o ritmo de vacinação está aumentar, protegendo os mais vulneráveis.
Se no “pico” da terceira vaga, mais precisamente, em janeiro, Portugal estava nas “bocas” do mundo, tendo batido sucessivos recordes ao nível de mortes, internamentos e infeções, a situação epidemiológica do país é bem mais controlada. Só na última semana (entre 24 e 30 de maio), Portugal registou oito óbitos por Covid-19, sendo que em três dias dessa semana não foi registado qualquer morte devido à doença.
Além disso, maio foi também o mês com o menor número de óbitos registado desde o início da pandemia. Nos últimos 31 dias, Portugal contabilizou 51 óbitos por Covid-19, ou seja, menos 37 mortes do que as registadas em agosto (o anterior recorde). Este balanço contrasta por isso, com os valores registados no início do ano, onde chegaram a falecer 303 pessoas num só dia (a 28 de janeiro, o dia com mais óbitos no país). No total, já foram declarados mais de 17 mil óbitos em território nacional associados à doença.
Esta tendência coloca Portugal entre os países a nível mundial com menor taxa de mortalidade associada à doença. Nos últimos sete dias, morreram 0,1 pessoas em Portugal por cada milhão de habitantes, de acordo com o site de motorização de dados Our World in Data, da Universidade de Oxford.
Portugal está, assim, bem acima da média europeia, bem como da mundial para o mesmo período. Nos últimos sete dias, morreram, em média, 1,41 pessoas em todo o mundo por cada milhão de habitantes vítimas da Covid-19. Já a nível europeu, a média é ligeiramente mais elevada, estando nos 1,87 por cada milhão de habitantes.
Importa ainda sublinhar que o país regista atualmente uma taxa de mortalidade muito semelhante a países que vão mais avançados no processo de vacinação contra a Covid-19. É o caso, por exemplo de Israel, onde morreram, em média, 0,1 pessoas por cada milhão de habitantes, nos últimos sete dias, bem como do Reino Unido, cuja mortalidade se situa nos 0,12 por cada milhão de habitantes.
Recorde-se que o país liderado por Benjamin Netanyahu tem já mais de 56% da população totalmente vacinada, enquanto que no país comandado por Boris Johnson 59% da população já recebeu, pelo menos, uma dose da vacina, dos quais 38% já completaram o processo de vacinação, de acordo com os mais recentes valores divulgados pela Bloomberg (acesso livre conteúdo em inglês). Trata-se de uma média de cerca de 33,5 milhões de inoculações por dia.
Neste contexto, é possível constatar que o avanço do ritmo de vacinação está a refletir-se nas taxas de mortalidade, bem como nas hospitalizações associadas à doença, já que só em Portugal 96% dos óbitos declarados foram registados em pessoas com mais de 60 anos.
Nas últimas 24 horas, foram identificados 445 novos casos por Covid-19 e não morreu ninguém vítima da doença. Ao mesmo tempo, o boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS) aponta que estão atualmente 268 pessoas hospitalizadas (menos 15 que no dia anterior), das quais 50 em unidades de cuidados intensivos (menos uma), ou seja, bem longe o recorde de 6.869 pessoas internadas, a 1 de fevereiro.
Quanto à vacinação, há já mais de 3,7 milhões de portugueses vacinados com uma dose da vacina (o que representa 37% da população), dos quais mais de 1,9 milhões de cidadãos já completaram o processo de vacinação (19% da população), segundo o último relatório divulgado esta terça-feira pela instituição liderada por Graça Freitas. Entre as faixas etárias, a população com 80 ou mais anos é a que tem maior taxa de vacinação (91% com as duas doses), seguida pelos 65-79 anos (93% com pelo menos uma dose da vacina) e pelos 50 aos 64 anos (52% com uma dose da vacina).
Considerada uma das maiores campanhas de vacinação da história mundial, até ao momento já foram administradas mais de 1,91 mil milhões de doses de vacinas em, pelo menos, 176 países, segundo divulgados pela Bloomberg. Trata-se de uma média de cerca de 33,5 milhões de inoculações por dia.