Variante Delta é responsável por mais de 70% dos casos na região de Lisboa e Vale do Tejo, diz investigador. Portugal voltou a registar mais de mil casos diários de infecção no último dia e há agora mais de 28 mil casos de infecção activa no país. Um terço dos doentes internados em unidades de cuidados intensivos na região de Lisboa estava vacinado só com a primeira dose.

Questionado sobre o PSD sobre quando é que Portugal irá atingir 70% da população vacinada com pelo menos uma dose, o vice-almirante explicou que “a estimativa que tinha até há pouco apontava para 8 de Agosto, mas entretanto houve uma redução de vacinas”.

“Eu direi que será nas primeiras três semanas de Agosto. Usaremos todos os stocks que temos para conseguir atingir essa meta até 8 de Agosto, mas eventualmente poderá ser mais tarde”, explicou, destacando ainda que não pode avançar com uma data exacta por não saber exactamente quantas vacinas vão chegar a território nacional.

Quanto à operacionalização do plano, Gouveia e Melo garantiu que não se têm registado “faltas de recursos humanos”, nomeadamente porque “as autarquias estão a contribuir muito” para este que é um “esforço conjunto”. “Claro que existem preocupações no momento em que se aproximam as férias e os enfermeiros e médicos estão muito esgotados. No entanto, tenho promessas de que se fará tudo para manter e elevar o ritmo”, disse, sublinhando ainda que “os enfermeiros têm sido uma classe sem mácula neste processo, com um empenho e dedicação absolutos”.

Em relação à meta estabelecida pela ministra da Saúde de 130 mil vacinas administradas por dia em Julho, Gouveia e Melo explicou que a “realidade” é que “temos capacidade, neste momento, para dar 130 mil vacinas por dia”. “Foram alargados os horários dos centros, reforçadas capacidades, abertos novos centros e estão a ser agilizadas modalidades de agendamentos. Se chegarem a território nacional vacinas, esse ritmo será mantido e ultrapassado”, garantiu.

Quanto à vacina da AstraZeneca, “para não criar um pesadelo logístico em termos de convocação das pessoas”, este processo está a ser feito através da “convocação local”. “É um modelo tipo ‘casa aberta’”, disse, em que as pessoas que foram vacinadas entre determinado período são convocadas para se dirigirem aos centros de vacinação sem agendamento para receberem a segunda dose.

No que diz respeito às prisões, o coordenador da task force explicou que 82% dos reclusos estão vacinados, “tirando alguns reclusos que foram infectados ou que não são elegíveis para vacinação” e que “há, neste momento, dois estabelecimentos prisionais que estão mais atrasados” em termos de vacinação, mas que estão a ser feitos “esforços” nesse sentido.