Pneumologista frisa que o confinamento anterior foi feito “numa situação diferente e dramática”.
médico pneumologista Filipe Froes afasta a hipótese de um novo confinamento no país, apesar do aumento da incidência causado sobretudo pela variante Delta.
“O confinamento [geral] foi feito numa situação diferente e dramática, porque tínhamos uma pressão enorme. Tínhamos mil doentes em Cuidados Intensivos. Neste momento, não estamos nessa situação”, argumentou o especialista na antena da SIC Notícias este domingo, dia em que foram reportados, novamente, mais de dois mil novos contágios.
Filipe Froes defende que o foco deve estar no controlo da situação, acreditando que esta nova fase da pandemia não levará o país à sobrecarga do Serviço Nacional de Saúde que se verificou no início do ano.
“Mal de nós, como país e como indivíduos, não termos capacidade de saber controlar a infeção. Mesmo havendo o número de casos que estamos a assistir, não vamos assistir à sobrecarga no SNS que justifique [um novo confinamento]”.
Assinalando que a estratégia deve passar por “vacinar, vacinar, vacinar”, o pneumologista ressalva que uma pessoa totalmente imunizada pode ainda assim contrair o vírus e transmitir. “As pessoas vacinadas têm de manter as medidas de controlo da vacinação. A vacina é uma grande vantagem no controlo da doença, no controlo da transmissão e na prevenção da morbilidade e mortalidade”, afirma.
Na última semana, o investigador Carlos Antunes advertiu que a testagem à Covid-19 está a “perder a sua eficácia”, o que se está a refletir na taxa de positividade, que está atualmente acima dos 3%, prevendo que o país vá atingir os quatro mil casos de contágio diários em breve.