Dentro de duas semanas, o País pode atingir os 4 mil casos diários de Covid, ter mais 200 pessoas internadas e, por isso, a ministra da Saúde não pode fechar a porta ao aumento de restrições, na entrevista que deu, nesta segunda-feira à noite, à TVI. Estiveram ainda em destaque o Plano de Vacinação e a sua durabilidade no Governohttps://1bb374eefabffa6b7afeee24aa2ff7b2.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
“Onosso País está de facto com maior risco”, assumiu a ministra da Saúde, Marta Temido, segunda-feira à noite, no Jornal das 8 da TVI. Numa entrevista em que deixou algumas pistas para os próximos tempos, em que o foco deve estar, principalmente, na vacinação contra a Covid-19.
Portugal pode atingir os 4 mil casos de Covid diários dentro de duas semanas. Esta é a estimativa “do pior cenário”, traçado pela governante, que aponta como objetivo inverter a tendência. Apesar de referir que este número de infeções diárias não terá o mesmo impacto no Serviço Nacional de Saúde do que teve no ano passado; uma vez que a vacinação previne a doença grave, Marta Temido não deixou de alertar que “há consequências da Covid – a médio e a longo prazo – que ainda não são conhecidas e a que não podemos ficar indiferentes”.
800 internamento e 150 em UCI. A procura crescente de camas de internamento ou de cuidados intensivos também é dada como certa, pela governante. A estimativa do Governo aponta para mais 200 internados, em 15 dias. Marta Temido lembrou ainda que “a elasticidade do sistema de saúde tem sempre a ver com aquilo que nós deixamos de fazer”. Ou seja, as camas podem ser suficientes para os doentes Covid, mas a atividade programada pode pagar a fatura da deterioração da situação epidemiológica. Neste momento, a região de Lisboa e Vale do Tejo encontra-se a pisar a linha de alerta nos internamentos e “se continuarem a subir, os casos, terá de se ativar a possibilidade de transferências inter-regionais”.
Vacinação abaixo dos 18 anos no final de agosto. Esta semana, está previsto serem vacinadas mais 800 mil pessoas, um ritmo “que pode pôr em causa alguns aspetos de qualidade logística”, mas que tem de ser, segundo Temido, porque a vacina “é a nossa melhor oportunidade”. Os maiores de 18 anos vão pode fazer o agendamento a partir desta semana, mas, mesmo os mais novos não deverão ter de esperar muito mais. A comissão técnica está a apreciar as especificidades da vacinação nas camadas mais jovens e o plano deverá passar a incluir os menores já no final de agosto, avançou a responsável pela pasta da Saúde.
A vacina é a melhor arma disponível contra o vírus e, por isso, a ministra apela a que todos a tomem, apostando “na literacia”. Os incentivos, adotados por alguns países estrangeiros, como os Estados Unidos, por exemplo, não estão a ser estudados. “É uma tradição que o nosso País não tem”, disse.
Medidas restritivas: “não podemos afastar nenhum tipo de medidas”. O regresso a um confinamento geral, para já, é posto de lado pela ministra, por ausência de “quadro legal que permita aplicar” esta medida. Portugal está em estado de calamidade e não de emergência (o mais gravoso e que permite ao Governo decretar medidas como o confinamento, com a conivência do Presidente da República e do Parlamento). Marta Temido aponta que o Executivo foi “o mais longe possível no quadro legal que dispoe”, mesmo assim, garante que “não podemos afastar nenhum tipo de medidas”, caso a situação epidemiológica se agrave ainda mais.
Férias dos profissionais de saúde em causa? “Queremos muito que isso não aconteça”, respondeu Marta Temido, que, no entanto, disse também não poder deixar essa garantia. “Infelizmente, não há, neste momento, temas que possam ser afastados.
Pôr o cargo à disposição não está em causa. Numa altura em que tanto se tem falado de remodelações governamentais, a ministra da Saúde afastou a possibilidade de deixar o cargo. “O meu lugar pertence ao meu primeiro-ministro”, disse, garantindo que, por si, continua. “Seria decente alguém abandonar o barco numa tempestade como esta?”