Ator esteve mais de dois meses internado após duas paragens cardiorrespiratórias.
ator Rogério Samora, de 63 anos, morreu depois de ter estado internado mais de dois meses no hospital Amadora-Sintra, devido a duas paragens cardiorrespiratórias, avança a SIC Notícias. Em coma mais de 146 dias, o ator estava, desde finais de setembro, na unidade de cuidados continuados da ASFE Saúde, na freguesia da Encarnação, concelho de Mafra. Na segunda-feira voltou a dar entrada no hospital Amadora-Sintra, com febre persistente, e acabou por morrer esta quarta-feira.
Rogério Samora estava a gravar a telenovela da SIC “Amor Amor” quando se sentiu mal, no dia 20 de julho.
Ao longo da sua carreira, o ator trabalhou em teatro, cinema e televisão. Em março de 2018 revelou, no programa da SIC “Queridas Manhãs”, que pretendia deixar a profissão por ser “muito desgastante”, mas acabou por não terminar a carreira nessa altura.
A ministra da Cultura, Graça Fonseca, recorreu às redes sociais para lamentar a morte de Rogério Samora.
“Numa carreira que o tornou uma presença permanente junto do público português, seja no teatro, no cinema ou na televisão, o talento de Rogério Samora fê-lo destacar-se como um dos mais completos atores da sua geração. Na sua voz e nos seus gestos, as complexidades, os matizes e as contradições da natureza humana ganhavam uma dimensão única, que o público português e os seus pares sempre reconheceram”, escreveu Graça Fonseca no Twitter.
Já o Presidente da República recorda o ator como um dos mais carismáticos da sua geração e vê a sua morte como uma grande perda para o público português de teatro, cinema e televisão.
“Rogério Samora fez teatro nos anos 80, com Filipe La Féria e Carlos Avilez, tendo trabalhado também com João Lourenço e Luís Miguel Cintra, entre outros; filmou com Manoel de Oliveira, José Fonseca e Costa, António-Pedro Vasconcelos, João Botelho ou Miguel Gomes, tendo-se notabilizado no ‘Delfim’ de Fernando Lopes, onde encarou com brilhantismo um arquétipo do homem português de outras épocas já fora de época. E foi uma das mais constantes presenças em séries e telenovelas, somando ao reconhecimento a popularidade. Era uma presença forte, afirmativa, um ator que deixou marca, em particular no registo por natureza mais perene, que é o do cinema, o que permitirá às gerações futuras entender a admiração e a estima que por ele tiveram os espectadores do nosso tempo”, pode ler-se na nota deixada por Marcelo Rebelo de Sousa no site da Presidência.
Carlos Avilez foi um dos encenadores que dirigiu Rogério Samora. Um ator que, nas palavras de Avilez, era um profissional completo.
“Era um homem de grande personalidade, tinha uma voz lindíssima, uma grande sensibilidade, presença cénica incrível e era também um trabalhador incrível. Trabalhava imenso, entregou-se completamente ao trabalho, foi um bom profissional de teatro. Só tenho a dizer bem dele e de toda a relação que tinha com ele”, recordou à TSF Carlos Avilez.