A campanha do MAS esteve, ontem, na Universidade do Minho, numa acção pelo fim das propinas no ensino superior e pela criação de arrendamento público e acessível para os jovens e estudantes.
As e os jovens provenientes de contextos mais pobres estão em desvantagem no acesso ao ensino superior, contribuindo para a divisão social. Em Portugal, a contribuição das famílias para o custo total dos estudos é das mais elevadas da UE (32% face aos 14% da média da UE). Por outro lado, o baixo número de bolsas faz com que muitos estudantes fiquem desprotegidos. Em 2020/2021, 71,1% dos pedidos de bolsa foram recusados.
A Geringonça afirmou ter conseguido baixar as propinas das licenciaturas, mas silencia que existiram aumentos nos mestrados. Como hoje não há licenciaturas sem mestrados, tudo se manteve como antes.
Renata Cambra, a porta-voz nacional do MAS, ela própria aluna de mestrado, afirma que “as propinas, o Processo de Bolonha, e a transformação das Universidades em fundações de direito privado têm transformado o ensino num negócio lucrativo, exclusivo a quem o pode pagar, mantendo ciclos de pobreza e desigualdade, sobretudo entre mulheres, negros e imigrantes”, exigindo que “para interromper os ciclos de pobreza e desigualdade, há que defender a Educação Pública, acabar com as propinas e tornar o ensino um direito efectivamente universal”.