O primeiro-ministro vai hoje falar com o Presidente da República sobre a possibilidade de ser convocada para breve uma nova reunião de peritos, no Infarmed, em Lisboa, para análise da evolução da situação da covid-19 em Portugal.
Essa conversa com Marcelo Rebelo de Sousa sobre a vantagem de se realizar uma nova reunião com especialistas foi referida por António Costa em declarações aos jornalistas em São Bento.
No final desta semana, ou no início da próxima, de acordo com o primeiro-ministro, o Governo “disporá do parecer dos diferentes especialistas que têm apoiado o executivo” em matéria de combate e controlo da covid-19.
Esses especialistas “estão a ponderar que alterações devem ser introduzidas face à evolução da pandemia da covid-19”, declarou, numa alusão à possibilidade de serem levantadas em breve algumas restrições.
No entanto, logo a seguir, António Costa fez uma ressalva e invocou a sua própria experiência com a infeção da covid-19.
O primeiro-ministro terminou nesta terça-feira um período de isolamento de sete dias, depois de ter sido infetado com o vírus que provoca a covid-19.
“Que ninguém desvalorize a doença., porque, mesmo quando os sintomas não são graves — eu não tive febre, nem grandes dificuldades -, há uma coisa de que não tenho dúvidas: O nível de cansaço foi extremamente elevado. E hoje não me sinto totalmente recuperado para ir correr oito quilómetros”, observou.
Após estas palavras, António Costa apelou a que se recorra à vacinação e à “manutenção de todas as cautelas de proteção individual”.
“É um apelo que faço agora com experiência própria, não sabendo que consequências terá no futuro. Mesmo nos países que têm vindo a levantar as restrições legais, têm mantido o conselho à responsabilidade individual na gestão do risco”, acrescentou.
Na terça-feira, segundo a Direção Geral da Saúde (DGS), Portugal registou 30.757 novas infeções com o coronavírus SARS-CoV-2, mais 44 mortes associadas à covid-19 e uma descida nos internamentos.
Segundo o boletim epidemiológico, na terça-feira, estavam internadas 2.419 pessoas, menos 141 do que na segunda-feira, enquanto nas unidades de cuidados intensivos estavam menos sete, num total de 171, sendo que nem todos os internamentos se devem à covid-19, podendo ser motivados por outras patologias apesar da existência de infeção com SARS-CoV-2.