Vizinho da família do jovem de 18 anos que planeava um atentado terrorista na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa afirmou que “ninguém sabia nem previa nada disto”.
jovem de 18 anos que estaria a planear levar a cabo, esta sexta-feira, um atentado terrorista na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa – cujos alvos eram os colegas estudantes – é natural de uma localidade na zona da Batalha e a aldeia, no distrito de Leiria, está “em choque”. Moradores dizem que nada fazia prever que o universitário pretendesse tal tragédia.
Trata-se de uma aldeia com “cerca 30 a 50 casas, na maioria fechadas, devido à emigração”, descreve a RTP3, que falou com um vizinho da família.
Júlio Vieira afirmou que “toda a gente está em choque” com a notícia e que “esta família não merecia este choque”. “Mas o rapaz, para fazer o que fez, das famílias que são, tem de ter algum problema na cabeça”, considerou.
“É de louvar terem-no conseguido parar antes de fazer o que estava a preparar fazer, mas ninguém aqui previa uma coisa assim desta família“, adiantou ainda à estação pública, acrescentando que “ninguém sabia nem previa nada disto”.
Júlio Vieira reiterou o “choque”, sobretudo por ser “desta família”. “Onde eles estão é uma praça alegre, cheia de bondade, de boa disposição”.
Recorde-se que o jovem, João, chegou esta manhã, cerca das 9 horas, ao Campus da Justiça, em Lisboa, para ser ouvido em primeiro interrogatório judicial. Foi ontem detido pela Polícia Judiciária (PJ), que diz ter impedido assim uma “ação terrorista” e ter apreendido várias armas proibidas.
A operação, executada através da Unidade Nacional Contraterrorismo (UNCT), envolveu buscas domiciliárias, nas quais foram apreendidos “vastos elementos de prova, que confirmariam as suspeitas iniciais”.
“Para além de várias armas proibidas, seriam igualmente apreendidos outros artigos suscetíveis de serem usados na prática de crimes violentos, vasta documentação, isto, para além um plano escrito com os detalhes da ação criminal a desencadear“, indica o documento da PJ. Tratar-se-ia de um atentado a título individual e não teria por detrás a ação de um grupo.
O arguido, detido em flagrante pela posse das armas, está também indiciado pela prática do crime de terrorismo.