O autocarro humanitário proveniente da Polónia a Braga com 44 refugiados ucranianos a bordo, na sua maioria mulheres e criança chegou esta madrugada a Braga.
Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga, elogiou a missão “pela sua celeridade” – depois da sua partida na quinta-feira para o teatro de operações -, mas também pela “onda de entusiasmo gerada na população”.
O autarca refere que “muitas instituições e particulares disponibilizaram locais para habitação e oportunidades para emprego” e assegura que o objetivo é concretizar a integração plena dos cidadãos que foram obrigados a fugir da guerra.
Em termos de alojamento, alguns ficarão em casa de familiares que já residem em Braga, enquanto para os outros estão a ser equacionadas várias soluções.
Numa primeira fase, o Hotel João Paulo II, no Sameiro, vai acolher alguns dos refugiados.
O processo de transporte e acolhimento conta com o apoio dos serviços e empresas municipais, Arquidiocese de Braga, Hotéis do Bom Jesus, Colégio São Caetano, Cáritas, Cruz Vermelha, Virar a Página e ACES Braga.
Está também a ser trabalhada a vertente do emprego, havendo já “várias ofertas” de empresas e instituições, uma das quais do Sporting Clube de Braga.
Paralelamente, e ainda segundo Ricardo Rio, vai ser lançada uma campanha de apadrinhamento, para que empresas, instituições ou particulares assumam uma responsabilidade direta e um apoio mais efetivo a cada um dos refugiados.
“Estamos a falar, por exemplo, de responsabilidades ao nível do fornecimento de bens essenciais, como alimentação, que obviamente não podem faltar”, explicou.
Da mesma forma, os refugiados terão também “apoio imediato” para aprendizagem da língua portuguesa e da educação.
“Não sabemos quanto tempo vão ficar em Braga, porque haverá certamente situações muito diversas, mas vamos assegurar que, enquanto cá estiverem, terão um acolhimento pleno”, frisou o autarca.
Na passada quinta-feira, partiu de Braga o autocarro com destino a Wroclaw, na Polónia, para recolher refugiados ucranianos e os levar para aquela cidade minhota.
No autocarro, carregado de alimentos, agasalhos e medicamentos, seguiram também uma médica, uma enfermeira e um elemento da Proteção Civil, além de um ucraniano radicado na região de Braga que serve de tradutor e de uma cidadã portuguesa que está desde a primeira hora ligada a esta missão.
São 2.850 quilómetros para cada lado, numa viagem que, ida e volta, poderá demorar cerca de 80 horas e que é conduzida por quatro motoristas, para que se faça “praticamente sem parar”.
“Para lá, correu tudo muito bem, para cá também espero que corra. Estamos a pensar que a chegada possa acontecer na segunda-feira, ao princípio da tarde, mas ainda sem certezas”, disse ainda Ricardo Rio.
Na cidade de Braga, já vivem atualmente cerca de 800 ucranianos, o que, segundo o autarca, irá “certamente” facilitar a integração dos refugiados que se abandonaram o seu país por causa da invasão russa.