Uma jornalista apareceu em direto a segurar um cartaz contra a guerra durante a transmissão do noticiário da noite emitido pelo Channel One, um canal de televisão estatal russo.
A interrupção aconteceu pelas 21h35, horário de Moscovo, e o momento está agora a ganhar tração na rede social Twitter, onde o vídeo está a ser partilhado.
A OVD-Info, que monitoriza as detenções em protestos da oposição, identificou a mulher como Marina Ovsyannikova, que trabalhava no Channel One como editora e que agora estava numa delegação.
Quando a pivô Yekaterina Andreyeva lançou uma notícia sobre as relações com a Bielorrússia, Ovsyannikova, apareceu com o cartaz na mão.
No cartaz que a jornalista segura é possível ler a seguinte mensagem: “Parem a guerra. Não acreditem na propaganda. Aqui, estão-vos a mentir”.
Por baixo de “No War”, o cartaz tinha escrito em russo “Pare a guerra. Não acredite na propaganda. Aqui estão a mentir-vos” e estava assinado por “Russians against the war” [Russos contra a guerra].
A manifestante conseguiu dizer algumas frases em russo, incluindo “Parem a guerra!”, enquanto Andreyeva, que apresenta aquele noticiário desde 1998, tentava abafá-la ao falar mais alto. A realização do programa mudou rapidamente a transmissão, fazendo aparecer no ecrã imagens de um hospital.
Num comunicado divulgado pela agência de notícias estatal TASS, o Channel One disse que “aconteceu um incidente com uma mulher estranha” e deu conta de uma “investigação interna em curso”.
A TASS citou uma fonte da justiça russa que disse que a mulher foi detida e poderá ser acusada de acordo com a legislação, que proíbe atos públicos que visam “desacreditar o uso das forças armadas da Rússia”.
A OVD-Info publicou um vídeo onde Ovsyannikova diz que o seu pai é ucraniano e a sua mãe é russa e que ela não vê os países como inimigos. “Infelizmente, nos últimos anos, trabalhei no Channel One a fazer propaganda do Kremlin e agora tenho muita vergonha disso”, afirmou.
“Estou envergonhada por ter permitido que fossem ditas mentiras na televisão. Estou envergonhada por ter permitido que russos fossem enganados”, acrescentou.
Após detenção, jornalista russa que apareceu com cartaz contra Moscovo durante emissão está desaparecida.
Marina Ovsyannikova, editora do Channel One de 43 anos, foi detida depois de aparecer em direto nas costas de uma pivô russa, com um cartaz a apelar pelo fim da guerra e para que os russos não acreditem na propaganda que é transmitida pelo Kremlin. Os advogados que estão a ajudar Marina perderam o contacto com a jornalista e não sabem onde ela está.
Está desaparecida há, pelo menos, 12 horas a jornalista russa Marina Ovsyannikova, que invadiu uma emissão do canal de televisão estatal da Rússia, esta segunda-feira. Esta informação está a ser avançada pelos órgãos de comunicação social de vários países como The Telegraph, Fox 3 Now e The Sun.
Segundo a organização não governamental (ONG) russa OVD-Info, os advogados da associação de diretos humanos, que estão em contacto com Marina, não sabem qual é o paradeiro da jornalista desde que foi detida.