A Câmara de Braga suspendeu, esta quarta-feira, a empreitada de requalificação do pavilhão desportivo das Gouladas, em São Vítor, na sequência de uma providência cautelar interposta pelos moradores contra o abate de 16 árvores.
O presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, disse ao JN que decidiu suspender os trabalhos apesar de o Município ainda não ter sido notificado pelo Tribunal Administrativo e Fiscal da providência cautelar, na qual se pede a paragem da obra.
Esta manhã, um grupo de residentes de duas ruas próximas do pavilhão, acompanhados do advogado Luís Tarroso Gomes, esteve no local, depois de ter chamado a PSP, para exibir ao empreiteiro, a firma EdiValor, uma cópia da providência cautelar e exigir que a obra cessasse de imediato.
Ricardo Rio diz que a Câmara vai contestar, logo que receba a iniciativa dos moradores, alegando que se trata de um projeto de interesse público para a cidade, para o Hóquei Clube de Braga e para os próprios moradores da freguesia.
Miguel Gomes, um dos residentes, lembrou, em comunicado, que se está a “proceder ao abate de dezenas de árvores com décadas de história, o que obrigou a intervenção policial”.
Pode-se considerar uma obra “sem rei nem roque”, uma vez que a mesma se encontra “vedada e sem qualquer tipo de alvará de licenciamento”, afirma, acrescentando que, “num mundo tão preocupado com alterações climáticas e preservação da natureza e dos espaços verdes, cortam-se árvores continua e cobardemente para benefício de entidades privadas”.
Já o autarca bracarense contrapõe que “não há qualquer árvore com décadas e com especial interesse ambiental, já que se trata de choupos, alguns deles já plantados pelo pelouro do vereador do Ambiente Altino Bessa, que está na função há oito anos”.
In “JN”