Reconhecimento público aprovado.
A maioria socialista aprovou a declaração de reconhecimento público para a concretização da via de acesso ao Avepark, entre as freguesias de Ponte e Barco, para instruir os processos de autorização de ocupação de solo classificado como Reserva Ecológica Nacional e Reserva Agrícola Nacional. A Oposição votou contra a proposta que apresentada na reunião do Executivo vimaranense, realizada esta terça-feira, em que aquela via surge por forma a alcançar uma melhoria nas condições de acesso, segurança e circulação entre o AvePark e os principais eixos rodoviários, nomeadamente a A7 (na ligação com o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, com o Porto de Leixões e com a cidade do Porto) e a cidade de Guimarães.
“Esta via reporta-se como uma infraestrutura fundamental para potenciar a atractividade de investimento e desenvolvimento empresarial no Concelho, tirando partido do potencial tanto do ponto de vista financeiro e territorial quanto do ponto de vista social, da empregabilidade e apoio ao investimento e crescimento do tecido empresarial”, detalha o documento. O favorecimento da conexão e coesão territorial “oferecendo outras oportunidades de acesso da área central do Concelho à sua “parte norte”, melhorando assim a proximidade das freguesias aí localizadas à cidade e vice-versa, nomeadamente através das ligações da via de acesso ao AvePark à EM 583 e à EN310 facilitando igualmente o acesso à Póvoa de Lanhoso”, surge apontada no conjunto de benefícios da infraestrutura que acomodará modos de mobilidade – pedonal, ciclável e viário.
Segundo a proposta, o interesse público da intervenção justifica-se por “se tratar de uma via que se prevê como eixo relevante no contexto de desenvolvimento do Concelho de Guimarães na generalidade, mas com impactantes reflexos na estrutura local e também na infraestrutura tecnológica denominada de AvePark, cuja intenção de concretização se encontra resguardada na realização do PDM de 1994 e mantém-se o canal aprovado na revisão em curso”.
Na discussão, o Vereador do PSD lembrou que a defesa de outra solução, “a criação de uma nova avenida que ligue a Cidade à vila das Caldas das Taipas através da requalificação da EN101”, para a resolução da acessibilidade naquela zona do Concelho, insistindo na divergência quanto à “construção de uma via dedicada, a via-canal de Ponte ao Avepark”.
Na reacção, o Presidente da Câmara reiterou que o processo de aquisição de terrenos está a decorrer, após a aprovação do estudo ambiental feito pela Agência Portuguesa do Ambiente. “Estamos a avançar com este reconhecimento de interesse público para concretizar a via dedicada, porque estão em causa fundos financeiros que têm prazos para serem executados.
O que interessa é que tudo corra bem porque há muitos escolhos no caminho, essencialmente na aquisição de terrenos, porque é um processo sempre complicado”, reconheceu Domingos Bragança, ao precisar que o canal que está aprovado prevê a ligação a toda a zona Norte com várias ligações, nomeadamente em Ponte (uma nova rotunda), a Santo Tirso de Prazins, a Santa Eufémia de Prazins e em Barco, onde está o Avepark, já no limite das Caldas das Taipas. “Esta via além do canal rodoviário tem uma via segregada pedonal e outra ciclável, unindo todo o Norte do concelho pela mobilidade rodoviária, pedonal e ciclável”, assinalou, ao apontar que o projecto terá de ficar concluído “o máximo em 2026”, porque “o financiamento é assegurado pelos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência e o bom será até 2025”. “O tempo não é muito”, justificou, ao ressalvar que “cerca de 12 organismos pronunciaram-se favoravelmente sobre a proposta apresentada para a construção daquela via”. “É uma via estruturante de coesão territorial e, com a sua construção, no atravessamento da vila de Ponte, a EN 101 poderá ser transformada numa avenida suave e que faça a ligação naquele território. Também será estruturante a intervenção na EN101 de modo a definirmos uma área urbana, completa, unida na vila de Ponte na ligação às Caldas das Taipas”, perspetivou.