O Sporting de Braga atirou um ‘balde de água fria’ às aspirações de manutenção do Belenenses SAD, com um triunfo por 1-0 atingido nos últimos instantes do jogo da 32.ª jornada da I Liga.

O bracarense Ricardo Horta foi o autor do único golo do encontro, aos 90 minutos, entre as expulsões de Sandro, aos 83, e de Sithole, aos 90+4, no Belenenses SAD, que mantém a lanterna-vermelha do campeonato, com 25 pontos, mas agora a cinco dos lugares de permanência, enquanto os minhotos seguem na quarta posição, com 62.

Se os minhotos já entravam em campo relaxados com o lugar definido na classificação, o Belenenses SAD encarava esta partida como fundamental para fugir à descida, ainda para mais com o triunfo importante do Arouca, por 1-0, na receção ao Portimonense.

Com esta premissa, assistiu-se no Estádio Nacional a um equilíbrio de forças, relativamente longe das balizas, sobretudo na primeira parte, mas em que o Sporting de Braga, nos pés de Moura, falhou escandalosamente o golo, aos 11 minutos de jogo.

O guarda-redes Luiz Felipe não segurou o remate de Rodrigo Gomes e, na recarga, o ala esquerdo bracarense, à ‘boca’ da baliza, atirou ao lado de uma forma inacreditável.

No que restou da primeira parte, o avançado brasileiro Safira, do Belenenses SAD, saiu de campo aos 27 minutos, com queixas físicas, dando lugar a Licá, e, aos 31, os ‘azuis’ dispuseram da primeira ocasião, mas Cafú Phete atirou ligeiramente ao lado da baliza.

Insatisfeito, Carlos Carvalhal tirou os dois alas de campo (Fabiano e Moura) e colocou mais poder ofensivo para a segunda parte, com as entradas de Yan Couto e Abel Ruiz, e foi mesmo o ala brasileiro a ficar perto do golo aos 48, valendo um corte providencial de Danny Henriques, já após um primeiro ‘disparo’ de Vítor Oliveira, contra Luiz Felipe.

A equipa lisboeta não desanimou em busca do golo e Afonso Sousa esteve perto de o alcançar, aos 55, numa incursão pela zona frontal, com espaço, que terminou com um remate por cima, pouco antes de Vítor Oliveira marcar, embora em posição irregular.

Acabado de entrar em campo, para o lugar de Rafael Camacho, Chico Teixeira acertou no poste, na sequência de um cruzamento que ninguém desviou, num lance de grande perigo para a turma de Franclim Carvalho, técnico que refrescou o ataque de seguida.

No entanto, uma das alterações saiu-lhe furada, pois Sandro, que tinha sido herói no Estoril, na ronda transata, só esteve sete minutos em campo, tendo sido admoestado com o cartão vermelho aos 83 minutos, a castigar uma falta dura sobre André Horta.

Em superioridade numérica, o Sporting de Braga partiu para o ataque com mais afinco, em busca de desfazer o ‘nulo’, conseguindo-o em cima do minuto 90, pelo inevitável Ricardo Horta, a finalizar de primeira um passe rasteiro de Castro pelo flanco direito.

Este tento foi tudo o que não pretendia o Belenenses SAD, que ainda fez subir Luiz Felipe à área contrária numa bola parada ofensiva e, no contra-ataque, Sithole também foi expulso, numa entrada fora de tempo sobre Yan Couto, sob o apito final.

Declarações de Carlos Carvalhal, treinador do Sporting de Braga, após a vitória frente ao Belenenses SAD (1-0), em da 32.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, realizado no sábado, no Estádio Nacional, em Oeiras.

«Procurámos o golo desde o início, a forma como o Belenenses SAD jogou, mais direto, levou-nos a interpretar o jogo e ter mais bola só a partir dos 20 minutos, depois fomos retificando posicionamentos e conseguimos ter mais bola e jogo. Não jogámos sozinhos, sabíamos que ia ser difícil, as alterações ao intervalo visaram dar mais movimento nas alas, criámos mais oportunidades e fomos a equipa mais perigosa que esteve sempre mais perto de vencer. Estamos com mais três pontos do que ano passado a esta jornada e vamos tentar alcançar o terceiro melhor registo da história do clube e para dar seriedade à competição, num momento em que se põe tudo em causa. Não queria estar na posição do Paulo Sérgio,  ter de responder a uma situação daquelas. Não há nenhum Conselho de Disciplina, nenhum presidente, que possa interferir na gestão que os treinadores fazem das equipas. Nós, treinadores, somos autoridade máxima para fazer a gestão do plantel, se isto é posto em causa perdemos autoridade, era só o que faltava», realçou, em declarações na flash interview da Sport TV.

Questionado sobre o seu futuro, Carlos Carvalhal mostrou-se sereno: «Tenho contrato até final da época, estou a cumpri-lo com dedicação ao SC Braga, de manhã à noite a pensar como vamos colocar a equipa a vencer, de resto, não estou preocupado. Não tenho nada definido, por respeito a todos, clube, jogadores e Direção.»

Declarações de Franclim Carvalho, treinador do Belenenses SAD, após a derrota frente ao Sporting de Braga (0-1), em da 32.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, realizado no sábado, no Estádio Nacional, em Oeiras.

“Disse aos jogadores que, independentemente do que se passasse aqui hoje, a decisão ia ser na última jornada. Vamos decidir isto na última jornada. Como é normal, sofrer no final custa sempre.

Na semana passada, empatámos no final, mas de forma diferente, pois estávamos a abafar o adversário. Aqui, o Sporting de Braga não estava a massacrar e acaba por fazer golo num lance para o qual estávamos precavidos. A bola bateu no poste e entrou, nós temos uma no poste e não entrou.

O Safira tem sido um jogador importante e, por isso, tem jogado mais vezes. [A sua saída por lesão] Fez diferença na bola parada ofensiva e na bola longa, pois segura bem de cabeça, mas o Licá tem características diferentes e causa desconforto ao adversário na última linha. A equipa não se ressentiu e, mesmo no plano defensivo, o Licá interpretou muito bem, é um jogador inteligente.”

Ficha de Jogo

Jogo realizado no Estádio Nacional, em Oeiras.

Belenenses SAD – SC Braga, 0-1.

Ao intervalo: 0-0.

Marcador:

0-1, Ricardo Horta, 90 minutos.

Equipas:

– Belenenses SAD: Luiz Felipe, Carraça, Yohan Tavares, Danny Henriques, Chima Akas, Cafú Phete (Pedro Nuno, 76), Sithole, Afonso Sousa (Sandro, 76), Rafael Camacho (Chico Tavares, 64), Baraye e Safira (Licá, 27).

(Suplentes: João Monteiro, Nilton Varela, Sandro, Lukovic, Braima Sambú, Chico Tavares, Pedro Nuno e Licá).