Na V Convenção do Chega, que se realizou em Santarém, Ventura era candidato único e obteve 98,3% dos votos.
A votação expressiva já era esperada, uma vez que todos os delegados presentes na Convenção foram eleitos em listas afetas à Direção, deixando de fora todos os opositores internos.
Assim, houve 648 votos para André Ventura, seis votos em branco e cinco votos nulos. No discurso de agradecimento, em jeito de mensagem interna, o líder reeleito pediu o fim dos “egos, traições pessoais e jogos de bastidores“.
Na mensagem externa, prometeu “ganhar a rua à Esquerda em Portugal”: “Sairemos e conquistaremos as ruas deste país, com suor. Venceremos no sindicalismo, nas manifestações de rua, na manifestação da nossa voz”.
André Ventura considera que “António Costa já chegou ao fim”
O presidente do Chega, André Ventura, assumiu, este domingo, a conquista do Governo como “único objetivo” do partido, considerando que “António Costa já chegou ao fim”.
Eu garanto-vos que vamos lutar rua a rua, terra a terra deste país até sermos Governo de Portugal e vencermos o Governo de António Costa neste país, porque António Costa já chegou ao fim”, afirmou.
No discurso de encerramento da V Convenção Nacional do Chega, em Santarém, André Ventura considerou que as críticas de que é alvo vão fortalecer o partido.
“Quero prometer-vos aqui que à medida que nos atacam mais, que à medida que nos espezinham mais, que à medida que dizem que somos racistas, xenófobos ou fascistas, é nessa força que nós nos tornaremos mais fortes”, salientou.
Reiterando que o “único objetivo” do Chega é governar o país, afirmou que o “povo português” é “o único que pode estabelecer linhas vermelhas” quanto a um eventual governo de direita nas próximas eleições legislativas e deixou um aviso aos restantes partidos.
“Os outros podem escrevê-las num papel, pô-las num guardanapo e atirá-las pelo carro fora porque valem para nós o mesmo que um cinzeiro mal lavado, valem zero”, defendeu.
André Ventura referiu igualmente que o Chega só obedecerá “a uma entidade”, a única a quem presta “vassalagem”, e “essa entidade é o povo português”.
Num discurso de quase meia hora, Ventura “disparou” críticas em várias direções, num tom inflamado, e comprometeu-se a falar por aqueles “que perderam a voz”, mas não apresentou qualquer proposta concreta para o país.