As forças políticas representadas na Assembleia Municipal de Guimarães vai reunir-se para uma sessão extraordinária, já no próximo dia 23 de fevereiro. A Mobilidade e o Plano Ferroviário Nacional são os temas em debate.

Em conferência de imprensa, esta manhã de sexta-feira, o grupo municipal da CDU apresentou as suas propostas, que serão ouvidas pelos restantes partidos na próxima Assembleia Municipal.

Relembrando que o Governo colocou em discussão pública até ao próximo dia 28 de fevereiro uma proposta de Plano Ferroviário Nacional (PFN), a CDU diz considerar que “o concelho de Guimarães carece de um reforço da oferta de transportes públicos, com destaque para o transporte ferroviário, quer naquilo que se refere à ligação a outras regiões do país, quer no que se refere à ligação a outros concelhos da região”.

Relativamente às declarações do Secretário de Estado, que afirmou que as cidades de Braga e Guimarães “dificilmente terão volume suficiente para justificar uma solução ferroviária pesada” e que o custo da ferrovia entre Guimarães e Braga se fixaria nos mil milhões de euros, o partido considera que estas são “infundadas e distantes da realidade”.

Em nota às redações, afirmam que o “PFN não explicita os fundamentos técnicos que justificam a opção do Governo de abdicar da ligação ferroviária directa entre Guimarães e Braga” e que “tanto quanto a CDU conhece, a Câmara Municipal de Guimarães não recebeu qualquer estudo técnico por parte do Governo que suporte a proposta de PFN”.

Recordam ainda que, neste momento, “o concelho de Guimarães não tem praticamente oferta de serviços alfa e inter-cidades, com todas as consequências negativas daí decorrentes”.

Na opinião da CDU, “a inexistência da ligação ferroviária directa entre Guimarães e Braga constitui um erro e demonstra a falta de planeamento estratégico para o transporte ferroviário no distrito de Braga”. Note-se que “aquando da modernização recente nas duas linhas que servem Braga e Guimarães, nem tampouco se acautelou a localização das duas estações de modo a facilitar um futuro fecho da malha”.

Assim, o partido considera que “a proposta de PNF está muito longe de corresponder às necessidades de desenvolvimento da região de Braga”. É, por outro lado, necessário garantir a “dinamização da economia numa zona do país com uma densidade populacional elevada, um povoamento difuso e uma malha industrial constituída por muitas pequenas e médias empresas dispersas, reclama medidas de incentivo à utilização do transporte ferroviário, pelo que deve o Governo envidar todos os esforços e disponibilizar os meios necessários para garantir o fecho da malha ferroviária no distrito de Braga”.

A CDU diz planear levar à discussão a proposta para que o município solicite, por um lado, ao Governo a disponibilização pública dos fundamentos técnicos que suportam a sua intenção de abdicar da construção da ligação ferroviária directa entre Guimarães e Braga, e por outro, que reclame a inclusão da construção da ligação ferroviária Guimarães-Braga e a subsequente ligação até Barcelos no PFN.

O partido adianta ainda que está disponível para, se necessário, “acolher sugestões de outras forças políticas com vista à construção de uma posição que possa dar voz às justas reivindicações da população de Guimarães, reclamando a correcção das injustiças na concretização do investimento público e a concretização indispensável ligação ferroviária que ligue Guimarães aos concelhos do Quadrilátero Urbano e ao resto do país”.