Terminou, na tarde desta sexta-feira, mais uma ronda de negociações entre os professores e o Governo numa tentativa de chegar a acordo, porém novamente sem sucesso. Mais uma vez, a Fenprof esclarece que o Primeiro-Ministro António Costa não avançou com uma “calendarização”.

O dirigente da Fenprof José Feliciano comentou que é necessário “um acordo global”, ao frisar que os docentes não vão aceitar “acordos parcelares”. Assim sendo, pretendem esperar por dia 23 de fevereiro, contudo esperam que o Ministério da Educação apresente outro tipo de propostas.

“O ministro diz que a calendarização há de ser feita, há de propor um processo para a negociação, mas nós ainda não vimos nada e ficamos preocupados com isso”, admitiu o representante da Federação.

Ainda que o Governo não tenha fechado a porta à recuperação do tempo de serviço, “nós precisamos de um processo de calendarizarão que ponha isso em cima da mesa e isso ainda não aconteceu”, revelou José Feliciano. “Esperemos que no dia 23 venha alguma surpresa em cima da mesa e só pode ser uma que é datas para iniciar a negociação desse conjunto de matérias que esta no protocolo, que não é só a recuperação do tempo de serviço, mas essa é provavelmente agora das questões mais centrais“, destacou o dirigente da Fenprof em declarações aos jornalistas à saída da reunião.

“Ontem o Primeiro-Ministro disse uma coisa que não corresponde à verdade: Que a recuperação integral do tempo de serviço não tinha sido feita em todas as carreiras e que a carreira dos professores não era exceção”, confessou o representante ao explicar que, de carreiras com uma categoria, “só os professores é que não recuperaram o tempo de serviço e aí estamos perante uma inverdade”.

Outro dos aspetos referidos pelo responsável da Federação foi que para assegurar a recuperação integral do tempo de serviço dos professores não seriam necessários 1,3 mil milhões de euros, tal como António Costa frisou numa entrevista à TVI na quinta-feira à noite, mas sim 500 milhões de euros, valor que José Feliciano diz servir “para responder a todas as reivindicações dos professores”.

“Pensamos que o Governo terá de falar a uma só voz”, rematou.