Quando acabarem as duas semanas de antecipação de pausas letivas, as escolas voltarão a funcionar, mas com ensino online, diz o primeiro-ministro. Quanto ao pedido de ajuda internacional, admitiu enviar para outros países doentes não-covid.

A suspensão da escola durante 15 dias terminará no dia 8 de fevereiro e António Costa não acredita que, na altura, os alunos possam voltar às salas de aula. “Não estaremos perto de poder regressar ao ensino presencial. Devemos retomar o ensino online”, disse o primeiro-ministro, na noite desta quarta-feira, no programa da “TVI24” Circulatura do Quadrado.

O Ministério da Educação suspendeu todas as atividades letivas, invocando a antecipação de pausas letivas como as da Páscoa e do início do verão. A suspensão durante duas semanas “é fácil de compensar no calendário escolar”, disse António Costa. Mas não se se prolongar por “muito mais tempo”.

Apesar de ter sido questionado por Lobo Xavier sobre a falta dos prometidos computadores a alunos e professores, o primeiro-ministro não avançou uma data para a sua entrega. Ontem, dia 27 de janeiro, o Ministério da Educação disse que já comprou 335 mil computadores, que serão entregues durante o segundo período letivo. O calendário escolar ainda em vigor que o segundo período só acaba a 24 de março.

Neste momento, foram entregues às escolas cem mil computadores, a emprestar aos estudantes do ensino secundário beneficiários dos escalões A e B da ação social escolar.

Ainda no debate, António Costa negou que o Ministério da Educação tenha proibido os colégios privados de continuar a dar aulas, durante os 15 dias de interrupção. “Ninguém proibiu ninguém de ter ensino online”, afirmou. Os colégios privados quiseram continuar a dar aulas pela internet, mas, de acordo com a Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (AEEP), o decreto do Governo é claro: “Determina a suspensão das atividades letivas, não podemos fazer aulas online”, disse ao JN o diretor executivo, Rodrigo Queirós e Melo, no dia 22 de janeiro.

Auxílio externo para a pandemia

“Está tudo péssimo” e “o pior ainda deverá durar semanas”, admitiu António Costa, referindo-se à pandemia de covid-19. No início desta semana, revelou, a chanceler alemã Angela Merkel ofereceu auxílio a Portugal, em equipamentos como ventiladores. “Não é isso que faz falta”, disse o primeiro-ministro. E repetiu a ideia já transmitida pela ministra da Saúde de que Portugal é um país periférico, situado num extremo da Europa, mas admitiu transportar doentes para outros países, como “doentes de outras patologias que não covid, cujo tratamento tenha sido adiado”, exemplificou.