Associação Empresarial do Minho contesta pedido feito pelo primeiro-ministro para aumento de salários no setor privado, argumentando que “não é sério neste contexto de absoluta asfixia fiscal”.
Não é sério pedir aumentos de salários às empresas neste contexto de absoluta asfixia fiscal a que estamos votados. Não é sério porque não é viável”. É desta forma que a Associação Empresarial do Minho (AEMinho) reage ao “esforço” pedido pelo primeiro-ministro, durante o fim de semana.
O organismo liderado por Ricardo Costa, com sede em Braga, fala num “número populista e irresponsável” e atesta que está “na primeira linha do estímulo ao aumento de salários”, mas que ele deve passar antes por um “alívio objetivo e real da carga fiscal sobre o trabalho”, mesmo que à custa de uma subida na tributação dos lucros das empresas.
“O Sr. primeiro-ministro, que é o CEO do maior empregador do país, cuja receita não carece de qualquer produtividade, apenas de decisão administrativa de aumentos de impostos, deu aos ‘seus’ funcionários um aumento médio de 3,9%, [quando], por sua vez, as empresas portuguesas deram aumentos médios de 8%, sendo que as do Minho deram em média 9,75%. Não me parece que tenhamos lições ou recomendações a receber do Dr. António Costa nesta matéria”, criticam.
Em comunicado, os patrões minhotos desabafam que “começa a ser fustigante (…) esta permanente falta de consideração e noção da classe política”, que dizem ter abandonado a defesa da iniciativa privada “por mero oportunismo e populismo”, ao invés de “defenderem e preservarem aquele que é o maior motor de criação de riqueza, valor acrescentado e projeção de Portugal no mundo”: as empresas nacionais.