Marcelo diz que “nunca lhe passaria pela cabeça mudar voo de 200 pessoas”

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, reagiu à polémica sobre um pedido para alterar um voo, em março.

Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, reagiu à polémica levantada na comissão de inquérito à TAP sobre um pedido para alterar um voo, em março, garantindo que esse pedido de alteração “foi desmentida pelo chefe da Casa Civil à própria CEO da TAP” ainda em fevereiro.

“A Presidência da República nunca contactou a TAP, nem nenhum membro do Governo sobre tal assunto”, é indicado, através de nota enviada à CNN.

Marcelo Rebelo de Sousa reiterou, ainda, em declarações à SIC Notícias que “nunca lhe passaria pela cabeça mudar um voo de 200 pessoas” e que “foi encontrada uma alternativa, num outro voo regular da TAP, um dia antes”.

Assim, o chefe de Estado acabou por regressar a Lisboa no dia 21 de março.

Em causa está um e-mail do ex-secretário de Estado das Infraestruturas para a CEO da TAP sobre um pedido para alterar um voo de Marcelo Rebelo de Sousa.

Em fevereiro, Christine Ourmières-Widener foi questionada internamente sobre um pedido para alteração de um voo onde viria Marcelo Rebelo de Sousa, de Maputo. A CEO pediu orientações a Hugo Mendes, dizendo que a sua primeira “reação” era dizer “não”, ao que este respondeu que a sua reação era a oposta, para não correr o risco de alienar Marcelo e este “colocar o resto do país” contra si.

“Não estou a exagerar. É o nosso maior aliado político, mas pode tornar-se no nosso maior pesadelo”, respondeu Hugo Mendes à CEO da TAP, citado por Bernardo Blanco e, posteriormente, tornado público pelo jornal Observador.

Enquanto o país anda distraído com Trump a CEO da TAP acaba de lançar esta bomba. Logo agora que António Costa parecia ter-se arrumado todos os casos. Tic tac ! pic.twitter.com/xsvKOnGmnd— António Padez (@AntonioPadez) April 4, 2023

Christine Ourmières-Widener é a terceira personalidade, de uma lista de cerca de 60, a ser ouvida pela comissão parlamentar de inquérito à tutela política da gestão da TAP, constituída por iniciativa do Bloco de Esquerda.

A ainda presidente executiva da TAP contestou o despedimento e acusou o Governo de ter tido “pressa política” para a demitir. A gestora considerou, ainda, que a sua demissão é “ilegal” e considera-se um “bode expiatório”.

Confira, na íntegra, uma nota da presidência divulgada pela CNN Portugal:

“O Presidente da República deslocou-se a Moçambique em março de 2022. A viagem foi tratada pela agência de viagens habitual, que terá feito várias diligências e acabou por encontrar uma alternativa com a TAAG, via Luanda, no dia 23, mas o regresso de Moçambique acabou por se verificar a 21 de março de 2022, num voo regular da TAP (TP182). A Presidência da República nunca contactou a TAP, nem nenhum Membro do Governo sobre tal assunto. A Presidência da República nunca solicitou a alteração do voo da TAP, se tal aconteceu terá sido por iniciativa da agência de viagens. Tomámos conhecimento desta questão no dia 11 de fevereiro de 2002, quando a CEO da TAP perguntou ao Chefe da Casa Civil, num jantar no Eliseu, a convite do Presidente Macron,  a propósito da Saison Croisée França Portugal, se Sexa PR tinha solicitado a mudança do voo da TAP de 24 de março, o que foi imediatamente desmentido.”