Equipa minhota continua a dois pontos do FC Porto (2.º) e reduziu para nove pontos a distancia para o lider Benfica.

O SC Braga venceu hoje em casa ao Estoril Praia, por 4-1, na 27.ª jornada da I Liga de futebol, num jogo em que demonstrou superioridade quase absoluta e em que Pizzi e Joe Mendes se estrearam a marcar.

É a quarta vitória do Sporting de Braga nas últimas cinco jornadas (mais um empate), o que lhe permite continuar a perseguir o segundo classificado, o FC Porto, e aumentar a distância para oito pontos, à condição, do quarto, o Sporting, que joga, no domingo, com o Casa Pia.

Já o Estoril Praia somou a sétima derrota das últimas oito rondas e marca passo na cauda da tabela, beneficiando apenas das derrotas dos três últimos classificados.

Num jogo em que ainda enviou duas bolas aos ‘ferros’ e desperdiçou outras oportunidades, o Sporting de Braga, por Abel Ruiz, inaugurou o marcador aos 17 minutos, Carlos Eduardo empatou para o Estoril Praia com um grande golo no início da segunda parte (48), mas Pizzi, também com um tento de belo efeito, voltou a dar vantagem aos minhotos (70).

Iuri Medeiros, de penálti, fez o terceiro (82) e Joe Mendes, com outro excelente golo, fechou as contas (90+4).

A primeira grande ocasião de golo pertenceu à equipa da casa, com Bruma a rematar de primeira, após assistência de Iuri Medeiros da direita, que obrigou Dani Figueiras a aplicar-se (08).

A resposta dos visitantes surgiu pouco depois, com Francisco Geraldes a rematar já dentro da área para defesa apertada de Matheus (14).

No mesmo minuto, na sequência de uma grande jogada coletiva, Iuri Medeiros rematou ao poste — no seguimento da jogada, Abel Ruiz chegou a introduzir a bola na baliza contrária, mas o golo foi invalidado por fora-de-jogo do internacional espanhol.

Pouco depois, contudo, Abel Ruiz marcou mesmo desviando o cruzamento da esquerda de Bruma (17) — sexto golo do avançado no campeonato, décimo no total da época.

O ritmo decaiu depois um pouco, mas quase sempre com sinal mais dos minhotos e com o Estoril Praia a sair para o ataque com poucos homens — só visou a baliza ‘arsenalista’ num remate de muito longe de Ndiaye que Matheus defendeu com segurança (43).

A segunda parte abre praticamente com o golo do Estoril Praia — e que golo — concluindo uma grande jogada coletiva desde o seu meio-campo.

Carlos Eduardo, sobre a esquerda, aproveitando também o mau posicionamento da defesa bracarense, tirou dois adversários do caminho e rematou cruzado ao ângulo mais distante (48).

Artur Jorge e Ricardo Soares mexeram pela primeira vez ao mesmo tempo, o primeiro refrescando o meio-campo com Pizzi, que seria decisivo no segundo e terceiro golos dos da casa, e o segundo o ataque com Cassiano.

Os bracarenses aumentaram de rotação e, aos 64 minutos, estiveram perto de marcar, mas Abel Ruiz atirou ao poste depois de mais uma assistência de Iuri Medeiros.

O segundo golo surgiu pouco depois, com Pizzi a entrar de rompante após grande cruzamento de Victor Gómez da direita e a rematar de primeira, sem deixar a bola cair (70) — estreia a marcar esta temporada do internacional português que chegou em janeiro a Braga.

Já o terceiro golo, que ‘matou’ qualquer veleidade de reação do Estoril Praia, chegou de grande penalidade, por Iuri Medeiros (nove golos no campeonato), punindo uma falta de Ndiaye sobre Pizzi.

O Sporting de Braga esteve muito perto do quarto golo por Álvaro Djaló – Dani Figueiras ‘encheu’ a baliza (90+1) -, mas seria outro reforço de inverno, o lateral sueco Joe Mendes, a marcar, após uma bela arrancada e um remate fulgurante (90+4).

Declarações de Artur Jorge, treinador do Sp. Braga, na sala de imprensa do Estádio Municipal de Braga, após a vitória frente ao Estoril por quatro bolas a uma:

«Este jogo, que teve um vencedor justo, foi decidido no detalhe: no detalhe do compromisso e da entrega e da ambição dos meus jogadores. Acabámos por ser eficazes, fizemos quatro golos, duas bolas nos ferros, e tivemos mais algumas oportunidades, creio que resume em números o controlo que tivemos durante o jogo, numa equipa que para além do compromisso se foi divertindo dentro de campo, o que traz uma energia positiva».

«O jogo teve claramente uma equipa melhor do que a outra, estivemos sempre por cima do jogo. o nosso trabalho foi bem feito para podermos hoje vencer».

[O que Pizzi trouxe ao jogo?] «Percebemos que aquele momento nos pedia, e acima de tudo a questão do André (Horta) ter amarelo, tínhamos o adversário a jogar em transição, e a qualquer momento podia sair do jogo. O Estoril muitas vezes defendeu com uma linha de seis e precisávamos de gente que fosse determinante com a sua capacidade de passe e de ligação em zonas adiantadas, como foi o Pizzi, no lance do golo e no penálti também, que aparece em zonas adiantadas. Acertámos na substituição, porque o Pizzi acabou por ser determinante».

[Joe Mendes] «Tem sido diferente para ele, e partilhou isso connosco desde cedo. Vinha de um contexto diferente, até a nível de intensidade, e temos tido o cuidado de fazer com que gradualmente esteja cada vez mais integrado. Hoje jogou numa posição diferente da sua de origem, o Borja já estava um pouco cansado, e entrou com vivacidade».

Declarações de Ricardo Soares, treinador do Estoril, na sala de imprensa do Estádio Municipal de Braga, após a derrota do Estoril frente ao Sp. Braga por quatro bolas a uma:

«Acho que defrontámos uma excelente equipa, que está a fazer um grande campeonato. É uma equipa muito bem orientada, tem muita qualidade individual, os jogadores a qualquer momento fazem a diferença, transformam um lance normal num lance de perigo. Na primeira parte não cometemos faltas porque temos de ser seguros do nosso jogo. Fizemos uma excelente primeira parte, saímos bem em transição e na primeira vez que o Braga sai em transição faz o golo num lance em que pedimos falta. Depois entrámos bem no jogo na segunda parte, fizemos o empate, o jogo estava equilibrado, há mais uma falta de um jogador que devia ter sido expulso».

«Com o jogo equilibrado há um penálti que me deixa muitas dúvidas, e ficámos fora do jogo. O resultado é claramente exagerado. Estou triste pelos meus jogadores, mas seguro que é este o caminho, estamos cada vez mais intensos. Há equipas que param o jogo com faltas, e há equipas que param o jogo com organização».

[O que faltou à sua equipa?] «Não consegui aquilo que gosto da minha equipa, jogar de forma agressiva com bola, por duas razões. Primeiro porque jogámos contra uma excelente equipa, a qualidade do Braga. Depois, porque sou treinador do clube, não sou mágico; mágico é o meu clube. Isso é no café ou no sofá, dizer que faço e aconteço. Sou treinador de futebol; com muito gosto».