Uma professora catedrática da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP) é acusada de “assédio moral, sexual e discriminação” por um conjunto de 20 investigadores e estudantes da instituição.

O caso é revelado pelo jornal Expresso, que teve acesso à denúncia formal. As queixas foram feitas à Autoridade para as Condições de Trabalho, que remeteu o caso para a Inspeção-Geral de Educação e Ciência.

Os estudantes e investigadores mencionam o uso “constante” de insultos e linguagem escatológica, salientando que a professora comentava a roupa das doutorandas e apelidava-as de “osgas” e “prostitutas colombianas”. Já aos homens, que julgava serem homossexuais, a docente usava expressões como “cinderela” e “florzinha”.

Três investigadores ouvidos pelo Expresso dão mais pormenores. “As humilhações eram permanentes. Passava horas aos gritos, a chamar-nos burras, vacas, avantesmas e muitos outros nomes. Só parava quando chorávamos”, é referido. 

A Faculdade terá sido multada por esta não dispor de um código de conduta para combate ao assédio, algo que é obrigatório desde 2017.

A Inspeção-Geral não atuou por considerar que a Faculdade de Farmácia do Porto teria competência para averiguar o caso e avançar com o seu próprio inquérito sobre o tema.

A docente em causa, Paula Branquinho de Andrade, foi já alvo de um processo disciplinar por ter sido acusada de agredir dois colegas de trabalho num laboratório da instituição, com uma garrafa de ácido nítrico, a 22 de novembro de 2021.

As vítimas da alegada agressão sofreram ferimentos ligeiros, tendo alertado as autoridades para o incidente.