Banco fechou primeiro trimestre com um lucro de 185,9 milhões de euros, uma melhoria de quase 20% em comparação com o mesmo trimestre de 2022. Mas perdeu quase dois mil milhões de euros em depósitos.

O Santander Totta fechou o primeiro trimestre com um lucro de 185,9 milhões de euros, uma melhoria de quase 20% em relação ao mesmo período do ano passado, anunciou o banco esta quinta-feira. No entanto, neste período, assistiu a uma diminuição de quase dois mil milhões de euros nos depósitos dos clientes.

“Os recursos de clientes, no montante de 44,8 mil milhões de euros, registaram uma redução de 5,5% face ao final do primeiro trimestre de 2022, fruto de uma diminuição dos depósitos (-4,9%), largamente associada à mencionada amortização antecipada de créditos, assim como dos recursos fora de balanço (-8,4%), ainda afetados pelo contexto nos mercados financeiros”, indica o banco num comunicado.

Em reação aos resultados, citado na mesma nota, o presidente executivo do Santander Portugal, Pedro Castro e Almeida, não encara diretamente a redução nos depósitos, mas diz que o trimestre “foi marcado pela subida das taxas de juro e pelo aumento da remuneração dos depósitos, que teve naturalmente impacto” na atividade do banco. O gestor fala em “indicadores robustos”.

No período, o produto bancário foi de 407,9 milhões (+23%), “impulsionado pela melhoria da margem financeira”. Esta cifrou-se em 267,7 milhões de euros, um aumento de 38,1%, “refletindo as medidas de política monetária implementadas pelo BCE desde julho de 2022” nomeadamente a subida dos juros.

As comissões líquidas foram de 121,7 milhões, mais 2,2% do que no trimestre homólogo. “Esta evolução reflete a conjugação de vários fatores, destacando-se a dissipação dos efeitos da recuperação pós-pandémica, que influenciaram o crescimento das comissões em 2022, nomeadamente as transacionais, e, também, o enquadramento de taxas de juro mais elevadas, que se reflete numa moderação dos volumes de nova produção de crédito”, explica o Santander Totta.

Precisamente, segundo o banco, o crédito a clientes nos primeiros três meses de 2023 era de 42,6 mil milhões de euros, o que representa uma redução de 2,2%. A queda é explicada pela “amortização antecipada de créditos a empresas”. Já a carteira de crédito hipotecário caiu 1,8%, para 22,7 mil milhões.

Segundo o Totta, o rácio de eficiência do banco encolheu 5,2 pontos percentuais no final de março, para 31,3%, enquanto o rácio CET1 (fully implemented) recuou 7,8 pontos percentuais, para 13,5%, o que, segundo o presidente executivo do Santander Portugal, representa uma “elevada liquidez e níveis de capitalização bastante elevados”.