Num comunicado, publicado na página de Internet do SMAQ, o sindicato disse que “na última semana, foi desenvolvida intensa e extensa negociação, tanto com o Ministério das Infraestruturas como depois com o Conselho de Administração da CP, que resultou no acordo” assinado esta quinta-feira e anunciado pela transportadora ao final do dia.

“Acordo que a direção do SMAQ considera ter alcançado os objetivos a que nos propusemos e exigidos pelos associados”, destacou.

O SMAQ lembrou “quatro meses de incansável luta, com vários dias de greve total e um mês inteiro de greve parcial, que resultou na supressão de cerca de sete mil comboios”, destacando que “a determinação e a coesão da carreira de tração da CP abriu caminho para que tanto as tutelas ministeriais como o CA [Conselho de Administração] da CP interiorizassem que não haveria saída possível para o conflito instalado sem uma negociação séria com o SMAQ”.

A direção do sindicato convocou para a próxima quarta-feira um plenário de dirigentes e delegados sindicais da CP a quem irá apresentar o acordo, sendo que, depois disso, irá deslocar-se aos centros de trabalho para reuniões com associados.

A CP anunciou na quinta-feira que chegou a acordo com o SMAQ para pôr fim ao conjunto de greves destes profissionais.

Assim, a transportadora informou que, “após um período de negociações intensivas, ao longo da última semana, chegou a um acordo com o Sindicato Nacional dos Maquinistas (SMAQ) que põe fim ao ciclo de greves que vinha afetando o setor ferroviário”.

A empresa destaca que “este consenso foi alcançado com a colaboração do Ministério das Infraestruturas, que mediou as conversas entre as partes envolvidas”.

Segundo a operadora, “o acordo estabelecido é fruto de um esforço conjunto entre a administração da CP e o SMAQ, demonstrando a vontade de ambas as partes em resolver o conflito laboral e assegurar a continuidade dos serviços prestados aos passageiros”.

A CP agradeceu ao SMAQ “pela disponibilidade e empenho nas negociações, que permitiram chegar a um entendimento satisfatório para ambas as partes e em prol dos interesses dos trabalhadores e da empresa”, garantindo que “está comprometida com o bem-estar dos trabalhadores e a qualidade dos serviços prestados”.

Para a empresa ferroviária, este acordo “vem fortalecer a relação com as organizações representativas dos trabalhadores, reforçando o diálogo social e a colaboração mútua”.

O SMAQ esteve em greve na CP durante todo o mês de abril, acusando a empresa de “atitude autista e de desconsideração”.

A greve assumiu diversas formas durante o mês, sendo que não existiu qualquer dia de paralisação total. Ainda assim, centenas de comboios acabaram por ser cancelados.

Entre as reivindicações dos trabalhadores estavam “aumentos salariais efetivos”, a “valorização da carreira da tração” e a melhoria das condições de trabalho nas cabines de condução e instalações sociais e das condições de segurança nas linhas e parques de resguardo do material motor.

Ainda reclamada era uma “humanização das escalas de serviço, horas de refeição enquadradas e redução dos repousos fora da sede”, um “efetivo protocolo de acompanhamento psicológico aos maquinistas em caso de colhida de pessoas na via e acidentes” e o “reconhecimento e valorização das exigências profissionais e de formação dos maquinistas pelo novo quadro legislativo”.