O embaixador de Portugal em Caracas sublinhou hoje a importância da Cimeira Ibero-Americana e das relações históricas entre Portugal e Venezuela, considerando a “estabilidade” política venezuelana uma condição para o aproveitamento de “oportunidades imperdíveis” no plano económico.
João Pedro Fins do Lago falava para mais de meio milhar de convidados que na noite de domingo em Caracas (madrugada de hoje em Lisboa), participaram numa receção na sua residência, por ocasião do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, e que contou com a presença do ministro da Administração Interna de Portugal, José Luís Carneiro.
“Portugal, um país profundamente empenhado na promoção e defesa dos direitos humanos e da democracia, deseja o maior sucesso ao processo eleitoral na Venezuela. A estabilidade das democracias favorece o progresso social e o desenvolvimento de relações económicas, domínio em que se apresentam oportunidades imperdíveis para o aprofundamento dos laços entre os dois países”, disse.
“Tal como a Venezuela, Portugal atribui uma grande importância à Cimeira Ibero-Americana como espaço de aproximação entre os povos. Há mais coisas que nos unem do que nos separam”, disse o embaixador João Pedro Fins do Lago.
O diplomata congratulou-se com o reforço das ligações aéreas da companhia portuguesa TAP, suspensas há um ano, quando, recém-chegado ao país, falava na anterior receção do Dia de Portugal.
“Desde então, a frequência de um voo por semana, passou para dois voos, e agora são três voos por semana. Países unidos pelo afeto, Portugal e a Venezuela estão agora fisicamente mais próximos”, frisou.
O embaixador frisou ainda que “as profundas relações históricas entre Portugal e a Venezuela estão pautadas pelo respeito entre os dois países e pela grande amizade entre os dois povos”.
“Portugal e a Venezuela são países atlânticos. Partilham o mesmo mar e as mesmas preocupações com a sua sustentabilidade e segurança. O Oceano Atlântico é a nossa fronteira comum. É nossa responsabilidade cuidar dele”, disse.
O embaixador explicou que a cada 10 de junho “Portugal celebra o seu bem mais valioso, os portugueses” e que “quase um terço dos portugueses vive fora” do país.
“E, uma das comunidades portuguesas mais importantes do mundo é precisamente esta, a comunidade portuguesa de dupla nacionalidade e lusodescendente que vive neste belíssimo país. É, de facto, a maior comunidade de origem europeia na Venezuela”, frisou.
O diplomata explicou que chegou há um ano à Venezuela “e que tem notado que todos os venezuelanos” com quem fala, “sem exceção se referem à comunidade portuguesa com palavras cheias de elogios”.
“Recordam o contributo determinante que a nossa comunidade tem dado e dá para a construção da Venezuela moderna, assim como o seu espírito de sacrifício e dedicação ao trabalho. Recordam ainda a determinação dos portugueses para enfrentar as adversidades nos momentos mais difíceis”, sublinhou.
Segundo o diplomata “orgulhosos das suas raízes” os portugueses que escolheram viver na Venezuela, “sentem-se orgulhosos de pertencer à sociedade venezuelana”.