Representantes da Turquia Finlândia, Suécia e NATO vão discutir na quarta-feira, em Ancara, o possível desbloqueio turco à adesão sueca à Aliança Atlântica, anunciou hoje presidência turca.

Trata-se da quarta reunião do chamado Mecanismo Conjunto, criado há um ano, quando a NATO aprovou a adesão da Suécia e da Finlândia.

Os dois países nórdicos pediram a adesão em maio de 2022, menos de três meses depois de a Rússia ter invadido a Ucrânia, pondo termo a uma posição histórica de neutralidade.

A Rússia partilha uma fronteira terrestre com a Finlândia com mais de 1.300 quilómetros e uma fronteira marítima com a Suécia.

A NATO (sigla inglesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte) aprovou a adesão da Suécia e da Finlândia na cimeira de Madrid, no final de junho de 2022.

A aprovação foi feita depois de a NATO ter chegado a um acordo com Ancara para levantar o veto da Turquia, mas o parlamento turco ainda não ratificou a entrada da Suécia.

Ancara tem alegado que Estocolmo protege os membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado um grupo terrorista pela Turquia, que se refugiaram no país nórdico.

Recentemente, a Suécia endureceu a legislação antiterrorismo e aprovou a extradição de vários cidadãos turcos exigida por Ancara.

Tais decisões criaram a expectativa de que o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, aceite ratificar a adesão da Suécia antes da cimeira da NATO em Vílnius, em 11 e 12 de julho.

A adesão de um novo membro tem de ser aprovada por todos os países da NATO.

Portugal é um dos países fundadores da aliança, cujo tratado foi assinado em Washington, em 1949.

A Finlândia tornou-se o 31.º membro da NATO em abril deste ano.

Antes da invasão de 24 de fevereiro de 2022, Moscovo exigiu que a NATO garantisse, em forma de tratado, que a Ucrânia e a Geórgia nunca se tornariam membros da aliança.

Exigiu também o recuo da NATO para as posições anteriores a 1997, antes do alargamento da organização ao leste da Europa.

A Aliança Atlântica recusou ambas as exigências.

A Ucrânia formalizou a candidatura à NATO em 30 de setembro, no dia em que Moscovo anexou as regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, depois de ter feito o mesmo à Crimeia, em 2014.

A reunião de quarta-feira decorrerá no palácio presidencial de Bestepe, em Ancara, de acordo com os serviços de imprensa da presidência turca, citados pela agência espanhola EFE.

Participarão o chefe de gabinete do secretário-geral da NATO, Stian Jenssen, os secretários de Estado sueco, Jan Knutsson, e finlandês, Jukka Salovaara, e o conselheiro principal de Erdogan, Akif Çagatay Kilic, acrescentou a presidência.