O grupo José de Mello ainda não foi contacto sobre a venda da participação do Estado na Efacec à alemã Mutares, mas espera o desfecho final do acordo para decidir desenvolvimentos sobre a sua participação na empresa.
Esta posição foi avançada pelo presidente executivo do grupo José de Mello, Salvador de Mello, e pelo responsável pelas áreas financeira e de estratégia do grupo, Luís Goes, num encontro com jornalistas sobre as contas do ano passado.
“O Estado é que está a vender a sua posição, não está a decidir sobre a nossa posição. Está a vender a sua posição e certamente entrará em contacto connosco quando sentir que tem o assunto suficientemente agarrado para poder conversar connosco”, disse Salvador de Mello.
O presidente executivo do grupo José de Mello, que detém uma participação de 17% na Efacec, recordou que a empresa já não faz parte do perímetro de consolidação do grupo dono da CUF e da Bondalti.
O Governo aprovou a proposta da alemã Mutares para a compra de 71,73% da participação do Estado na Efacec, no âmbito do processo de reprivatização da empresa.
Luís Goes sublinha que dada a sua posição minoritária na empresa o grupo aguarda “algum desfecho formal” e que “contactem naturalmente” com a José de Mello para “perceber quais os próximos passos de desenvolvimento”.
“Até agora não fomos contactados, nem temos intervenção direta nesse processo”, sublinhou, vincando que “quem tem liderado o processo de privatização da EFACEC como naturalmente deveria ter sido é o Estado”.
Questionado sobre uma eventual injeção de capital na Efacec de maior dimensão que possa diluir a posição do grupo, Luís de Goes admite que “eventualmente pode acontecer”, mas escusou-se a maiores detalhes sobre se a venda da participação também pode estar em cima da mesa.
“Temos de esperar por esse momento e pela informação desse acordo para, perante essa informação, tomarmos decisões no quadro da nossa posição atual”, frisou.
Salvador de Mello realçou que a preocupação do grupo relativamente à empresa era encontrar uma solução que viabilizasse a Efacec: “Para nós o futuro da Efacec é também muito importante. A confirmar-se aquilo que foi dito pelo Governo, que há aqui uma garantia de continuidade da Efacec que vemos como muito positivo”, disse.
O Governo aprovou em novembro do ano passado um novo processo de reprivatização da participação social do Estado, com um novo caderno de encargos, depois de ter anunciado em 28 de outubro que a venda da Efacec ao grupo DST não foi concluída por não se terem verificado “todas as condições necessárias” à concretização do acordo de alienação.
Em abril, a Parpública anunciou ter recebido propostas vinculativas melhoradas de quatro candidatos: Mutares, Oaktree, Oxy Capital e Agrupamento Visabeira-Sodecia.
Depois do anúncio sobre a escolha da Mutares, o processo aguarda agora autorizações regulatórias.