As perdas económicas na Europa ligadas à seca a podem atingir os 45 mil milhões de euros por ano se o aquecimento global a chegar aos três graus célsius, segundo um estudo hoje divulgado.
Um relatório da Agência Europeia do Ambiente estima que o sul e o centro da Europa vão tornar-se mais secos e quentes ao longo deste século e as perdas económicas ligadas à seca – que abrangem todos os setores económicos, mas com especial impacto o setor agrícola – podem passar, até final do século XXI, dos atuais nove mil milhões de euros anuais para 25 mil milhões de euros por ano com um aquecimento global de 1,5 graus célsius (°C), para 31 mil milhões de euros anuais com um aquecimento de 2°C, e para 45 mil milhões de euros com um aquecimento de 3°C, com base em cenários científicos.
O relatório aponta para a necessidade urgente de adaptação no setor agrícola, sob pena de quebra nos rendimentos e receitas no setor.
A agência recomenda adaptações nas variedades de culturas, alterações nas datas de sementeira e também dos padrões de irrigação.
Desde 2018, mais de metade da Europa tem sido afetada por condições de seca extrema — a categoria mais grave da seca meteorológica – quer no verão quer no inverno.
O relatório alerta ainda para os perigos das vagas de calor, cada vez mais frequentes, e os mais mortais dos fenómenos climáticos extremos, apelando à adoção de medidas que protejam as pessoas, nomeadamente as mais vulneráveis.
Os eventos de fortes precipitações e cheias na Europa deverão tornar-se também mais frequentes, particularmente no norte de centro do continente.
Os fenómenos extremos relacionados com o tempo e o clima causaram perdas económicas estimadas em 560 mil milhões de euros na União Europeia entre 1980 e 2021, dos quais apenas 170 mil milhões de euros (30%) estavam cobertos por seguros.
No mesmo período, quase 195.000 vítimas mortais foram causadas por inundações, tempestades, vagas de calor e de frio, incêndios florestais e deslizamentos de terras na UE.