O Governo de Israel aprovou hoje planos para construir milhares de novas casas em colonatos judaicos na Cisjordânia, numa iniciativa que ameaça piorar as relações cada vez mais tensas com os Estados Unidos.
A decisão de Israel desafiou as crescentes críticas dos EUA às políticas de colonatos de Israel e aumentou as tensões com os palestinianos, em plena escalada de violência na Cisjordânia ocupada.
Vários meios de comunicação social israelitas noticiaram que o comité de planeamento do Ministério da Defesa – organismo que supervisiona a construção de colonatos – aprovou mais de 5.000 novas casas no território ocupado.
A comunidade internacional — tal como os palestinianos – considera a construção de colonatos ilegal, pelo menos ilegítima, e um obstáculo à paz.
Mais de 700.000 israelitas vivem neste momento na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental, ambos territórios capturados por Israel em 1967.
“O Governo de Netanyahu está a avançar com a sua agressão e guerra aberta contra o povo palestiniano”, denunciou Wassel Abu Yousef, responsável palestiniano na Cisjordânia, acrescentando que “todos os colonatos em território palestiniano são ilegais”.
O Governo de Israel — uma coligação que inclui forças ultrareligiosas e ultranacionalistas e que assumiu o poder no final de dezembro — prometeu duplicar os colonatos na Cisjordânia.
O Governo dos EUA tem aumentado o tom das críticas à política de colonatos de Israel e, ainda no início deste mês, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, classificou essa estratégia como “um obstáculo ao horizonte de esperança que se procura”.
Apesar das críticas, os EUA tomaram poucas medidas contra Israel, apesar de, em sinal de desagrado, a Casa Branca ainda não ter convidado para uma visita a Washington o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, como é tradição após as eleições israelitas.
Contudo, hoje, o ministro israelita Issac Wasserlauf, membro do partido de extrema-direita Poder Judaico, minimizou as divergências com os EUA.
“Acho que a aliança com os EUA permanecerá”, disse Wasserlauf.
O Governo de Netanyahu, o mais extremista nos 75 anos de história de Israel, fez da expansão dos colonatos a sua principal prioridade e vários membros dos partidos da coligação têm pedido o aumento da construção de casas nos colonatos da Cisjordânia.