A segurança das infraestruturas dos Jogos Olímpicos Paris2024 foi “ligeiramente reforçada”, assegurou hoje a ministra dos Desportos, Amélie Oudéa-Castera, após vários dias de violência em França, despoletada pela morte de um jovem por um polícia.
“No âmbito dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, tomámos medidas nos últimos dias para reforçar ainda mais a segurança das infraestruturas”, afirmou Amélie Oudéa-Castera, à margem de um evento sobre a violência no desporto.
A ministra referiu que as instalações já estavam bem protegidas, “com vigilância e presença humana” que foi agora reforçada, considerando ainda que o país está a ser prejudicado com o que se está a passar, o que, “obviamente, não é bom para a imagem da França”, pelo que a prioridade é “acabar com a violência e retomar a ordem pública”.
Vários locais para a realização dos eventos olímpicos, especialmente na Ile-de-France, estão no centro de bairros sensíveis, que têm registado uma tensão crescente após a morte do jovem de Nahel, de 17 anos, baleado por um polícia numa operação de trânsito.
Em cinco noites de tumultos, até domingo de manhã, foram registados cerca de 5.000 veículos queimados, 10.000 incêndios em contentores de lixo, quase 1.000 prédios queimados ou danificados, 250 ataques a esquadras de polícia e a mais de 700 membros das forças de segurança.
Registado por um vídeo amador que contradiz a história inicial contada pela Polícia, o tiro à queima-roupa de um agente em Nanterre, em 27 de junho, chocou o país, desencadeando uma onda de violência, e repercutiu muito além das fronteiras francesas.
“Estamos todos afetados, desorientados”, disse ainda a ministra, acrescentando que “esta é uma oportunidade para reiterar a emoção coletiva, após a morte de Nahel, e que o aumento da violência é inaceitável.
Nas últimas seis noites, os distúrbios desencadeados pelo incidente de Nanterre levaram à detenção de mais de 3.200 pessoas em toda a França, afirmou o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, durante uma visita à cidade de Reims.
Em declarações aos meios de comunicação social, Darmanin sublinhou a “firmeza” com que estão a ser tomadas medidas para fazer face aos tumultos, salientando que “não têm precedentes” e que a resposta das forças de segurança francesas “é uma demonstração de força republicana”.