O chefe do Comité Militar da Aliança Atlântica, o almirante Rob Bauer, considerou hoje que “não é surpreendente” que a contraofensiva das Forças Armadas da Ucrânia seja morosa, por ser uma operação extremamente complicada.

“Há um número considerável de tropas russas na Ucrânia, há grandes obstáculos defensivos. Uma contraofensiva é difícil. Não pode, em momento algum, ser considerada uma operação fácil”, referiu o almirante, depois de um ‘briefing’ com oficiais militares no quartel-general da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), em Bruxelas.

Kyiv está a fazer bem em ser “cautelosa”, considerou o presidente do Comité Militar da NATO (o órgão máximo militar da Aliança Atlântica), para evitar enormes baixas no lado ucraniano.

As Forças Armadas da Ucrânia iniciaram nas últimas semanas a contraofensiva há muito anunciada, com o propósito de recuperar territórios que as tropas russas ocuparam desde o início da invasão em fevereiro de 2022.

No sábado, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse estar esperançoso quanto à reconquista da península da Crimeia, ocupada em 2014.

Contudo, até hoje os avanços são limitados por causa das linhas defensivas russas e a falta de apoio aéreo e de munições, duas reivindicações que Zelensky tem feito quase diariamente.

Também no sábado passado, o chefe de Estado ucraniano insistiu que há países, incluindo Portugal, que estão a atrasar a formação de pilotos ucranianos.

“É preciso evitar comentários como dizer que a Ucrânia tem de ser mais rápida ou que está a ser dececionante”, comentou o chefe do Comité Militar da NATO, insistindo que uma contraofensiva é uma operação “extremamente difícil”.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.