SC Braga e Sporting empataram hoje, 1-1, na quarta jornada da I Liga de futebol, num jogo emotivo e com dois grandes golos, em que os ‘leões’ deixaram escapar a liderança isolada da prova.


SC Braga e Sporting empataram hoje, 1-1, na quarta jornada da I Liga de futebol, num jogo emotivo e com dois grandes golos, em que os ‘leões’ deixaram escapar a liderança isolada da prova.

Os lisboetas marcaram primeiro, por Pedro Gonçalves (25 minutos), mas Álvaro Djaló, de livre direto, empatou (78), numa partida em que o Sporting, que deu a sensação de ter estado mais perto da vitória, desperdiçou uma oportunidade para se isolar na liderança, após a derrota do Vitória SC, frente ao Benfica, e o empate do FC Porto, na receção ao Arouca.

A formação comandada por Rúben Amorim está agora na terceira posição, com 10 pontos, mas em igualdade com os ‘dragões’, segundos, e com o Boavista, surpreendente líder à quarta jornada, que hoje bateu o Estoril Praia.

Artur Jorge fez apenas uma alteração em relação ao último ‘onze’ bracarense, na vitória por 1-0, na Grécia, que carimbou a passagem à fase de grupos da Liga dos Campeões, com Pizzi a entrar para o lugar de Álvaro Djaló, enquanto Rúben Amorim repetiu a equipa titular do jogo com o Famalicão (vitória por 1-0), da ronda anterior.

Após uma entrada mais forte do Sporting, Gyökeres fugiu pela esquerda e quando podia ter visado a baliza, preferiu a assistência e o lance gorou-se (06).

A equipa da casa respondeu com um remate de fora da área de Ricardo Horta que obrigou Adán a defesa difícil para canto (13).

O primeiro golo da partida surgiu aos 25 minutos: Diomande subiu no terreno e assistiu Pedro Gonçalves – o avançado teve um daqueles seus momentos muito particulares que o diferenciam e rematou colocado, mais em jeito do que em força.

O Sporting voltou a criar muito perigo pouco depois, num cabeceamento de Gyökeres, após cruzamento de Esgaio da direita (28), e a resposta do Braga chegou após um erro de Adán, mas Ricardo Horta não aproveitou (32).

A equipa da casa ‘crescia’ no jogo e acercava-se com mais perigo da área ‘leonina’, mas seria o Sporting a voltar a marcar, num ‘tiro’ de Hjulmand de fora da área, mas o golo seria invalidado após chamada do VAR, porque o árbitro, Luís Godinho, entendeu que Pedro Gonçalves, em fora de jogo, interferiu com a visão de Matheus (38).

No Sporting, Marcus Edwards surgiu no lugar de Paulinho após o intervalo e, nos minhotos, Banza rendeu Pizzi aos 56 minutos.

Um minuto depois, Gyökeres podia ter ‘matado’ o jogo, mas servido por Marcus Edwards, atirou contra Matheus. Logo a seguir, Rúben Amorim lançou Daniel Bragança e Geny Catamo (saíram Hjulmand e Nuno Santos).

O SC Braga jogava sem ‘chama’, ao que pode não ser alheio ter jogado na terça-feira, e Artur Jorge operou dupla substituição aos 71 minutos para refrescar o meio-campo e as alas, com Zalazar e Álvaro Djaló.

O espanhol viria a revelar-se fundamental porque, de uma falta de Daniel Bragança – má entrada no jogo -, nasceu um livre que converteu de forma sublime, empatando a partida (78).

O reforço Fresneda estreou-se nos ‘leões’ e, 10 depois da última partida, pelo FC Porto, João Moutinho voltou a jogar na I Liga portuguesa e contra a equipa pela qual se estreou, entrando aos 86 minutos, juntamente com Rony Lopes.

O jogo ‘partiu-se’ nos últimos minutos, com o Sporting a chegar mais vezes à área, mas com pouco discernimento.

Declarações de Artur Jorge, treinador do Sp. Braga, na sala de imprensa do Estádio Municipal de Braga, após o empate (1-1) frente ao Sporting:

[Expulsão] «São dois cartões amarelos por me ter manifestado. No primeiro por mostrar o meu desagrado pelo amarelo do Niakaté quando segundos antes temos um jogador do Sporting encostado ao árbitro e nada se passou. No segundo manifestei-me de forma exagerada, acabei por ver que não é penálti, mas não fui mal-educado, nem tratei mal ninguém».

«Considero que fizemos o jogo todo em busca de um resultado que seria a vitória. Não estou satisfeito com o empate, no entanto aceito tendo em conta as incidências do jogo. Tivemos um momento infeliz no golo sofrido, mas estou extremamente satisfeito com o compromisso de toda a equipa e no desempenho das suas missões. Foi um jogo de grande caráter».

[Melhor na primeira parte ou na segunda?] «Há um fator que é determinante, que é o resultado. Na segunda parte tivemos de estar melhor, porque tivemos de ir atrás do resultado. Se tivermos de avaliar, diria que gostei mais da segunda, porque a equipa teve de se superar, de ser mais intensa e mais agressiva. Dentro do que pretendíamos, dizer que não gostei do resultado pode ser redutor, mas fiquei satisfeito com o desempenho dos meus jogadores. Saímos daqui com um ponto, tendo em conta o que foi o jogo temos de aceitar».

[Segundo ano consecutivo em que o Sporting não ganha em Braga] «Vejo de outra forma: é o segundo ano consecutivo que não vencemos o Sporting aqui em Braga. Queremos lutar pelos lugares de cima, fazer melhor do que no ano passado, queríamos vencer o jogo para não criar um fosso para os lugares de cima, mesmo tendo um jogo em atraso».

Declarações de Ruben Amorim, treinador do Sporting, na sala de imprensa do Estádio Municipal de Braga, após o empate (1-1) frente ao Sp. Braga:


[Estreia de Fresneda] «É um jogador no qual acreditamos muito, por isso é que o fomos buscar, é muito talentoso com 18 anos, adaptou-se bem, apesar da idade já tem experiência, deu profundidade ao corredor. Foi uma estreia normal».

[No ano que foi campeão venceu cá com um jogador a menos. Diferença?] «A diferença é que tivemos uma oportunidade nesse dia, sofremos o jogo todo e ao contrário de hoje num momento em que conseguimos chegar à área do Braga um jogador fez bem o passe e o outro rematou bem. Em relação ao jogo estou muito mais descansado. Naquele jogo não tivemos quase ataque, também a menos. Por isso fico um pouco chateado. Temos dez pontos, ninguém tem mais do que nós, vamos para a paragem para melhorar a equipa».

[Sensação?] «Sensação de dois pontos perdidos, penso que tivemos as melhores oportunidades, deixámos por vezes o Braga ter mais bola porque estávamos confortáveis, mas estivemos mal nas saídas, e penso que foi aí que o jogo se decidiu. Os golos é que decidem, mas por vezes demos mais um drible ou escolhemos o lado errado quando tínhamos campo aberto, decidimos mal e acabamos por não matar o jogo».

«Temos potencial para ser melhores, acho que controlámos bem quer numa parte quer noutra, com alguns calafrios, mas quanto a mim estivemos mais perto do golo, com mais espaço para jogar. Temos de melhorar o entendimento. Quanto a mim estivemos mais perto de vencer o jogo, não aconteceu.

[Energia boa que falou na antevisão ao jogo mantém-se?] «É preciso ter noção que este é um campo difícil e ter noção daquilo que temos de melhorar. Temos de melhorar em todas as fases do jogo, mas não deixamos o Braga ter tantas ocasiões como é normal. Hoje não tivemos boa saída, com a qualidade que estes jogadores têm nas saídas com o campo aberto. A sensação é de que tivemos o jogo na mão, a energia não muda. Estamos na frente com duas equipas e a gora vem a paragem para melhorar a equipa».