O presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), Luciano Gonçalves, mostrou-se hoje satisfeito com a decisão de tornar públicas algumas comunicações áudio com o videoárbitro (VAR), tendo pedido “bom senso e compreensão” na divulgação.
Em declarações à Lusa, o responsável vincou que a APAF está sempre do lado que procura dar “mais tranquilidade ao futebol” e pediu que a medida do Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol, comunicada hoje aos árbitros e assistentes da categoria C1, a principal no futebol português, seja utilizada de “forma positiva”.
“Já vínhamos a defender há algum tempo que fosse possível disponibilizar os áudios das comunicações. Naturalmente ficamos satisfeitos que seja dada a autorização para se fazer isso”, realçou o dirigente, a propósito da decisão que entra em vigor na temporada 2023/24.
Luciano Gonçalves pediu ainda “bom senso e compreensão”, frisando que se deve utilizar esse “grande passo dado pela arbitragem” de “forma construtiva” e “não como uma forma de arremesso de alguns conteúdos contra as equipas de arbitragem”.
Depois de ter autorizado a divulgação dos áudios na época 2017/18, a primeira do VAR em Portugal, com um efeito que “não foi o desejado”, o CA da FPF reintroduziu a medida com “um objetivo pedagógico” para auxiliar “a total compreensão da função de arbitrar”, à semelhança do que acontece a publicação dos relatórios dos jogos, lê-se em comunicado.
Segundo a convicção de que há “suficiente conhecimento e maturidade entre agentes do futebol e adeptos” passados sete anos da introdução do VAR, o órgão federativo prometeu divulgar “uma vez por mês os áudios das conversas entre árbitros de campo e VAR em todos os lances avaliados no ecrã disponível no relvado”.
O presidente da APAF mostrou-se favorável à divulgação mensal dos áudios, até para evitar que se faça “como resposta ao clube ‘A’ ou ao clube ‘B'”, e defendeu que a medida “resolve muitos problemas”, embora o leque de problemas no futebol luso vá “muito além” dos relacionados com o VAR.
“Os problemas do futebol português vão muito além destes passos e têm a ver com respeito pelo futebol, pelos clubes, pelos adeptos e por todos os agentes. Esse é um tema muito mais abrangente”, disse.