Dados revelados durante o briefing da Proteção Civil da manhã desta quinta-feira. Pico da tempestade será “entre o meio da manhã e o meio da tarde.

Desde a vigência do estado de alerta laranja, a Proteção Civil registou 955 ocorrências, a maioria no Norte do país, relacionadas com a depressão Aline, revelou esta quinta-feira o  Comandante Nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), André Fernandes.

O pico de ocorrências decorreu entre as 20h e as 00h, principalmente na área metropolitana do Porto. Só neste período, a Proteção Civil registou 546 ocorrências, mais de metade das registadas até ao momento.

Cerca de 90% dessas ocorrências centram-se na área metropolitana do Porto e na área metropolitana de Lisboa, com inundações em meio urbano, quedas de árvores e também de estruturas pela ação do vento”, adiantou o responsável da Proteção Civil durante o briefing feito na manhã de hoje.

Neste sentido, apela a Proteção Civil, que todos “adotem os comportamentos necessários e as medidas de autoproteção, em particular devido à ação do vento e das inundações que possam ocorrer em meio urbano”.

André Fernandes relembrou ainda que tudo indica que o pico da tempestade ocorra entre o “final da manhã e meio da tarde”.

A Proteção Civil está agora a avaliar se serão necessárias mais medidas “de antecipação para minimizar as consequências desta situação meteorológica adversa”.

“Dia caracterizado por uma situação meteorológica complexa”

Quem também esteve presente neste ponto de situação foi a secretária de Estado da Proteção Civil. Durante a sua intervenção, Patrícia Gaspar começou por salientar que “vamos ter um dia caracterizado por uma situação meteorológica de alguma forma complexa”, relembrando que “a generalidade do Continente será afetada por precipitação intensa, que poderá ser pontualmente forte, por vento forte também e um quadro de agitação marítima”.

Foi essa previsão que levou, segundo a governante, à decisão de colocar o país sob “aviso laranja”, o que acontece, pelo menos “até à meia-noite de hoje”, uma vez que não foi possível “identificar quais as zonas” que serão mais afetadas pela depressão Aline.

“A informação que temos é que todo o Continente será afetado por precipitação intensa, vento forte e agitação marítima. Nas últimas 48 horas, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil já vinha a acompanhar a evolução das previsões e em função disso, em termos de medida de antecipação, foi reforçada a capacidade de intervenção dos corpos de bombeiros e diferentes agentes de proteção civil, elevando o estado especial de alerta para laranja, que estará em vigor até às 00:00 [de sexta-feira]”, disse.

Patrícia Gaspar realçou também ter sido reforçado o contacto com as autarquias, que “têm um papel importante de primeira linha no seu território”.

Antes de terminar a sua intervenção, Patrícia Gaspar quis passar uma “mensagem de tranquilidade” aos portugueses, pedindo, contudo, que todos se mantenha atentos “às informações e recomendações das autoridades”, adotem comportamentos seguros e evitem deslocações desnecessárias.

Todo o Continente em aviso laranja

Todos os distritos de Portugal continental estão hoje sob avisos meteorológicos laranja (o segundo mais grave de uma escala de três) devido ao mau tempo.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê para hoje, com a passagem da depressão Aline, vento de sudoeste, tornando-se gradualmente forte nas regiões Centro e Sul a partir do início da manhã, com rajadas que poderão atingir os 110 quilómetros por hora (km/h), em especial no litoral a sul do Cabo Mondego e incluindo a costa sul do Algarve, e nas serras destas regiões.

O IPMA indica que localmente poderão ocorrer rajadas pontualmente superiores aos 110 km/h, bem como fenómenos extremos de vento.

Quanto à chuva, deve aumentar de frequência e intensidade a partir da manhã, e, ao nível da agitação marítima, espera-se para a costa ocidental ondas do quadrante oeste com quatro a cinco metros, aumentando para cinco a sete metros de altura e podendo atingir uma altura máxima até 14 metros.

Na costa sul do Algarve as ondas serão de sudoeste, aumentando para quatro a 4,5 metros durante a tarde.