Os resultados do Inquérito à Segurança no Espaço Público e Privado (ISEPP) indicam que a região do Alentejo regista a proporção mais baixa de situações de violência, com 37,8%, em comparação com 48,1% na Madeira, 46,9% nos Açores e 46,8% na Área Metropolitana de Lisboa.

A prevalência da violência é mais elevada entre a população mais escolarizada, atingindo 49,4%, segundo a mesma fonte.

Mais de 1,4 milhões de pessoas, com idades entre os 18 e os 74 anos, sofreram violência na infância (18,6%). Até aos 15 anos, mais de 1,3 milhões de pessoas (17,6%) experienciaram algum tipo de abuso psicológico ou físico por parte dos pais, enquanto mais de 176.000 (2,3%) foram vítimas de abusos sexuais na infância.

“No que diz respeito à violência exercida sobre as mulheres, Portugal pertence ao grupo de países da União Europeia que apresenta, de um modo geral, proporções mais baixas de violência”, de acordo com o INE. As vítimas de violência por não parceiros/as foram as que mais relataram experiências de violência (66,8%), e as vítimas de violência sexual na infância foram quem mais as silenciou (29,4%). Cerca de metade das vítimas em contexto de intimidade falaram com alguém ou alguma entidade sobre o que aconteceu.

As consequências psicológicas e físicas em resultado da violência foram mais referidas pelas vítimas de violência em contexto de intimidade.

“Mais de três quartos da população (75,8%) considera a violência exercida contra as mulheres por parte dos parceiros muito comum/comum. Mais de dois quintos (42,0%) têm uma opinião semelhante sobre a violência contra os homens exercida pelas parceiras”, de acordo com a análise aos dados recolhidos neste inquérito.

O conhecimento dos vários serviços ou estruturas de apoio a vítimas revelou-se inferior no grupo de pessoas que já sofreu algum tipo de violência.