Gansos surpreendem ao vencer o atual sexto classificado e encerram série invicta de dez jogos do Moreirense na Primeira Liga.

Num emocionante confronto que encerrou a 16.ª jornada da Primeira Liga 23/24, o Casa Pia surpreendeu ao derrotar o Moreirense por expressivos 4-1, pondo fim à série invicta dos anfitriões que se estendia por dez jogos desde setembro.

Apesar de o Moreirense, atual sexto classificado, ter começado na frente com um golo de Matheus Aiás aos 14 minutos, o Casa Pia reagiu de forma imediata. O japonês Soma empatou apenas quatro minutos depois, com um impressionante remate de fora da área que contou com um desvio. Aos 26 minutos, Felippe Cardoso virou o jogo após um passe rasteiro de Neto, colocando o Casa Pia na frente com 2-1.

A vantagem dos visitantes aumentou ainda antes do intervalo, com João Nunes a cabecear certeiro para o fundo das redes após um livre cobrado por Tiago Dias, estabelecendo o 3-1. O Casa Pia consolidou a vitória aos 56 minutos, quando Felippe Cardoso bisou, antecipando-se a Marcelo e marcando com precisão de pé direito à entrada da área.

Com este resultado, o Casa Pia ascendeu ao 8.º lugar na tabela, empatando em pontos (19) com o 9.º classificado, Famalicão. Por outro lado, o Moreirense sofreu a primeira derrota mais pesada da temporada, mantendo-se no 6.º lugar com 26 pontos, a quatro do 5.º classificado, Vitória de Guimarães.

O confronto, que marcou o fim da primeira volta da Primeira Liga, deixa os adeptos ansiosos pelo que está por vir na segunda metade da competição, com o Casa Pia mostrando-se como uma equipa a ser levada a sério no campeonato português.

Declarações de Rui Borges, treinador do Moreirense, na sala de imprensa do Parque de Jogos Comendador Joaquim de Almeida Freitas, após a derrota pesada (1-4) frente ao Casa Pia:

«Foi um dia menos bom. Ia acontecer em algum momento, não somos diferentes dos outros. Tivemos quinze minutos muito bons, a perceber os espaços para ferir o Casa Pia, chegámos ao golo com simplicidade com coisas que treinamos. Numa primeira parte expectante, à espera de bolas paradas, o Casa Pia, que é uma equipa fisicamente muito forte, acabam por chegar ao empate com felicidade, o segundo golo foi um pouco a imagem do Moreirense: sem chama lenta e apagada, bem em alguns momentos com bola, mas faltou um pouco de chama enquanto equipa. Não ganhámos uma segunda bola, não fomos capazes de igualar a competitividade do Casa Pia. Fomos ficando intranquilos, tentámos entrar no jogo na segunda parte e novamente num lance em que chegam ao 4-1 e o jogo fica frio. Resultado estava feito, acabou por ser como o dia: frio».

[Faltou um ponta de lança para mexer a partir do banco?] «O Moreirense precisava de ter uma chama. O avançado estava lá e fez o papel dele, fez o golo mesmo num dia em que acordou com 39 de febre. Fez o que lhe foi pedido. Mercado? O Moreirense vai ao mercado quando for necessário, foi um dia mau. Não fomos capazes de tirar sumo, o adversário foi capaz, teve mérito no aproveitamento. Não estivemos à imagem do que temos estado».

[Ilações da derrota pesada] «Temos de perceber o porquê de não sermos tão competitivo como temos sido. Os jogadores não são máquinas, amanhã não vou precisar de falar muito e eles vão perceber. O grupo é top, volto a destacar, e amanhã vão voltar a trabalhar. Já o disse, a segunda metade do campeonato vai ser o triplo mais difícil, temos de continuar a trabalhar».

Declarações de Pedro Moreira, treinador do Casa Pia, na sala de imprensa do Parque de Jogos Comendador Joaquim de Almeida Freitas, após o triunfo (1-4) frente ao Moreirense:

«Aquilo que pensava em função da semana que tivemos estava com uma confiança enorme. Reconheço enorme mérito a uma equipa que não perdia desde setembro, e apenas perdeu contra as equipas grandes. Fizemos uma preparação importante para este jogo, em função de uma identidade que ainda não está criada, chegámos há pouco tempo. Conseguimos condicionar a qualidade de jogo deste adversário, tivemos dificuldade na fase inicial, reconheço que tivemos alguma sorte como fizemos o primeiro golo, mas o modo como circulámos a bola e como chegámos àquele espaço já não é sorte, é muito trabalho. Apesar da eficácia ainda podíamos ter avolumado o resultado, enorme mérito destes jogadores».

[Rafael Brito] «Gostei do Rafael e do resto da equipa. Há vários jogadores a poder fazer esta posição, com diferentes características. Perdemos o Beny para a CAN, alguém ia ganhar uma oportunidade. A forma como a equipa jogou, em que repete várias situações, tem a ver com trabalho. Esta equipa deu uma ótima resposta hoje contra um bom adversário, a forma como se fabricaram os lances de golo têm muito trabalho».

[Assume a equipa numa situação aflitiva] «Esta é a minha segunda experiência enquanto treinador principal. É a segunda vez que entro a meio da época com a linha de água próxima. Apertamos a confiança, tudo que é erro dá golo, quanto mais longe estivermos aumenta a confiança, a identificação das ideias. Ficou evidente que este grupo anda atrás de identidade».