Empate Dramático no D. Afonso Henriques
Numa partida de emoções fortes, o Vitória SC e o Farense protagonizaram um empate a uma bola, num jogo da 29.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol. O golo do defesa-central Jorge Fernandes, aos 90+7 minutos, selou o resultado final num confronto onde o domínio foi repartido entre ambas as equipas.
Foi o Farense a abrir o marcador aos nove minutos, por intermédio de Bruno Duarte, num jogo em que os algarvios se mostraram mais perigosos na primeira parte, enquanto o Vitória SC alterou o sistema tático ao intervalo e dominou a segunda metade do encontro.
Apesar de interromper uma série de cinco vitórias consecutivas no campeonato, o Vitória SC, à condição, subiu ao quarto lugar da classificação, com 57 pontos. Por sua vez, o Farense ocupa o 10.º posto, somando 31 pontos.
O início do jogo foi marcado pelo intenso ritmo dos vimaranenses, com Jota Silva a protagonizar uma jogada individual perigosa aos cinco minutos. Contudo, foi o Farense quem inaugurou o marcador com um cabeceamento de Bruno Duarte, após uma combinação entre Belloumi e Pastor.
Apesar da pressão vitoriana, a organização defensiva do Farense impediu que os anfitriões criassem oportunidades claras de golo, mantendo o controlo do jogo. O Vitória SC viu um golo anulado devido a uma posição irregular de Jota Silva.
Na segunda parte, o treinador do Vitória SC, Álvaro Pacheco, promoveu alterações táticas e a entrada de Nuno Santos e André André, o que resultou numa melhoria do jogo ofensivo da equipa.
Apesar das constantes investidas vitorianas, com destaque para um remate de Miguel Maga e uma tentativa de chapéu por parte do mesmo jogador, o golo da igualdade só surgiu nos últimos instantes do jogo, por intermédio de Jorge Fernandes, num cabeceamento crucial.
Com este empate, o Farense foi privado de alcançar uma vitória inédita em Guimarães em 25 jogos para a I Liga.
Declarações de Álvaro Pacheco, treinador do Vitória de Guimarães, na sala de imprensa do Estádio D. Afonso Henriques, após o empate (1-1) frente ao Farense em jogo da 29.ª jornada:
«Olhando para aquilo que foi o jogo, foi mais do que evidente que os meus jogadores mereciam a vitória. Sabíamos que ia ser um jogo difícil, perante um adversário que aposta muito nas transições, que se marcasse primeiro ia fechar as suas linhas e pausar o jogo. Não fomos felizes, criámos oportunidades, na primeira transição o Farense faz o golo. Perdemos um pouco o controlo do jogo, mas se o golo anulado é validado podia ser diferente. Só fomos capazes de marcar no fim, sentíamos que se marcássemos golo chegaríamos facilmente ao segundo tal era o caudal de jogo. Tanto é que marcámos quase no fim e mesmo assim quase que fazíamos o segundo logo a seguir pelo Nelson Oliveira. Foi inglório.»
[João Mendes] «Infelizmente é uma lesão grave. Um grande abraço para ele, numa época brilhante, é um mágico, provavelmente no melhor momento da carreira dele… Vai vir mais forte, vai aumentar a sua resiliência, é um campeão, não tenho dúvidas nenhumas que vai regressar mais forte».
[Quebras no jogo] «Penso que o Farense esteve constantemente a quebrar o ritmo do jogo, jogadores constantemente no chão, isso condicionou o espetáculo. Não tenho dúvida nenhuma que a melhor equipa em campo foi a nossa».
«Se o jogo tivesse sido mais corrido era completamente diferente. Quando os três grandes estão a perder os árbitros não permitem isto. Temos de ter capacidade para ter resiliência, nunca perdemos a fé e a resiliência, mesmo depois de empatar quase conseguimos a vitória, que seria mais do que justa. Olhando para o que foi o jogo, paragens, VAR, oito minutos foi mais do que justo. Há o golo nos descontos e ele não dá mais minutos, Numa equipa grande ele não faria isso».
Declarações de José Mota, treinador do Farense, na sala de imprensa do Estádio D. Afonso Henriques, após o empate (1-1) frente ao Farense, em jogo da 29.ª jornada da Liga:
«Sabemos perfeitamente como é que joga o Vitória, uma equipa agressiva, em que teríamos de estar com um bom posicionamento e a controlar bem os homens do meio campo. Fomos claramente a melhor equipa no primeiro tempo, que teve 53 minutos. Tivemos as melhores oportunidades. Nos segundos 45 minutos o Ricardo Velho foi um homem com pouco trabalho, trabalho direto. Primeira parte claramente nossa, na segunda parte percebemos que o Vitória tudo faria, alterou o seu modelo de jogo, muitos cruzamentos, mas facilmente o Farense estava a anular isso. Consentimos um canto onde poderíamos e deveríamos ter feito mais, acabando por sofrer um golo que penso que nos penaliza. É claro que já estávamos a sair como queríamos, por mérito do Vitória, mas muitas vezes por demérito nosso, deveríamos ter critério, sair melhor nas transições para conseguir mais um golo. Não foi possível, o Vitória continuou a cruzar e acaba por empatar. Vamos aceitar o resultado, mas podíamos, e merecíamos, levar daqui os três pontos».
«Mais uma vez foi oito minutos de descontos, ao todo foi dezasseis minutos. Nunca tive isso, acontece sempre aos Farenses desta vida contra equipa mais fortes. Quanta mais gente no estádio estiver mais minutos se dá? Por favor, façam-me uma vez a mim, oito minutos. Não tive, esta época, oito minutos em lado nenhum. Empatámos, não foi mau, é um ponto do nosso trabalho. Se o Vitória estivesse a vencer este jogo nunca seriam dezasseis minutos de compensação. Somos do mesmo campeonato, não temos as mesmas armas, mas somos do mesmo campeonato».
Ficha de Jogo
Jogo no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães.
Vitória SC – Farense, 1-1.
Ao intervalo: 0-1.
Marcadores
0-1, Bruno Duarte, 09 minutos.
1-1, Jorge Fernandes, 90+7.
Equipas
– Vitória SC: Bruno Varela, Jorge Fernandes, Borevkovic, Tomás Ribeiro (André André, 46), Bruno Gaspar, Tomás Händel (Adrián Butzke, 69), Tiago Silva, João Mendes (Nélson Oliveira, 44), Afonso Freitas (Miguel Maga, 62), Jota Silva e Kaio César (Nuno Santos, 46).
(Suplentes: Charles, Miguel Maga, Alberto Costa, Mikel Villanueva, Zé Carlos, André André, Nuno Santos, Nélson Oliveira e Adrián Butzke).
Treinador: Álvaro Pacheco.
– Farense: Ricardo Velho, Pastor, Gonçalo Silva, Igor Rossi (Muscat, 80), Talys, Cláudio Falcão, Cáseres (André Seruca, 89), Rafael Barbosa (Mattheus Oliveira, 61), Belloumi (Vítor Gonçalves, 80), Marco Matias (Elves Baldé, 89) e Bruno Duarte.
(Suplentes: Miguel Carvalho, Muscat, Talocha, Vítor Gonçalves, André Seruca, Mattheus Oliveira, Elves Baldé, Cristian Ponde e Rui Costa).
Treinador: José Mota.
Árbitro: David Rafael Silva (Associação de Futebol do Porto).
Ação disciplinar: cartão amarelo para Jorge Fernandes (17), Cláudio Falcão (40), Bruno Duarte (65), Pastor (89), Mattheus Oliveira (90+4) e Bruno Gaspar (90+9).
Assistência: 19.982 espetadores.