Plano de ação para o setor será apresentado em breve, segundo Pedro Duarte

O Primeiro-Ministro Luís Montenegro afirmou no Porto que é “possível haver algum financiamento público” para a comunicação social, destacando que “aqueles que cumprem serviço público naturalmente devem esperar do Estado o reconhecimento do serviço que prestam”.

Durante uma intervenção na conferência dos 136 anos do Jornal de Notícias, na Casa da Música, no Porto, Montenegro acrescentou que “a atração de capital privado deve também ser estimulada”, assegurando que o Estado deve “garantir um bom retorno dos investimentos realizados”.

Montenegro sublinhou ainda a necessidade de “instrumentos de mecenato para a comunicação social”, para que o capital atraído para esta atividade possa recompensar adequadamente o esforço investido.

O Primeiro-Ministro enfatizou a importância da liberdade na informação para o desenvolvimento do país, salientando a necessidade de uma informação rigorosa, isenta e criteriosa. Alertou para a concorrência desleal das redes sociais e plataformas que rentabilizam a informação alheia sem custos, retirando recursos necessários ao bom jornalismo.

Montenegro realçou que “o país precisa de bons jornalistas, jornais e órgãos de comunicação social”. No entanto, questionou se a repetição exaustiva das mesmas notícias satisfaz as reais necessidades do público.

O líder do Governo frisou a importância de políticas públicas que garantam maior sustentabilidade financeira ao setor, regulação dos proprietários e interesses dos órgãos de comunicação social, e valorização da carreira jornalística, considerando que muitos jornalistas ganham mal.

No programa do Governo, lê-se que o Executivo pretende “criar um Plano de Ação para os média, envolvendo o setor dos média tradicionais e digitais, a academia, a sociedade civil, de forma a dar resposta aos graves problemas estruturais e conjunturais decorrentes das profundas mudanças tecnológicas, da configuração da nova oferta de conteúdos, da crise nas cadeias de produção e da violação de direitos de consumidores e empresas”.

Pedro Duarte, Ministro dos Assuntos Parlamentares, afirmou que o plano de ação para o setor seria apresentado em breve, segundo o Jornal de Notícias.