Primeiro-ministro destaca importância da obra e apela ao investimento e crescimento econômico

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, proferiu hoje palavras de confiança no futuro de Portugal durante a inauguração da segunda fase da variante da Estrada Nacional (EN) 14. O evento marcou o culminar de décadas de expectativa em torno desta empreitada.

Dirigindo-se a uma plateia composta por autarcas, ex-autarcas, representantes empresariais e uma multidão de populares ávidos por presenciar o momento histórico, Luís Montenegro enfatizou a relevância da obra para a região e exortou a que não se deixem escapar as oportunidades que surgem.

“Estes investimentos são merecidos e trazem retornos à riqueza gerada nesta região. Representam também oportunidades a não desperdiçar. Continuar a acreditar em Portugal vale a pena. Continuar a acreditar que, com melhores infraestruturas de transporte, empresas mais robustas e uma maior coordenação entre os sistemas de transporte, temos todas as bases para atrair investimentos e impulsionar ainda mais a economia portuguesa”, declarou o primeiro-ministro.

A construção da variante tornou-se pública em 1 de junho de 2022, quando o governo do PS declarou a necessidade imperativa da construção da variante da EN 14, entre a Via Diagonal, na Maia, e o Interface Rodoferroviário da Trofa.

No entanto, o projeto original, que inclui outras fases e uma ligação a Vila Nova de Famalicão, no distrito de Braga, remonta a três décadas e foi sucessivamente adiado ou modificado ao sabor das mudanças de governo.

“Esta obra, juntamente com os demais segmentos de requalificação das variantes da EN14, tem história. Em rigor, a Trofa ainda não existia quando se cogitava na melhoria da EN14. Na realidade, a melhoria da EN14 remonta ao tempo em que grande parte do território da Trofa estava sob jurisdição do concelho de Santo Tirso”, sublinhou Luís Montenegro.

A variante, que representou um investimento de 32 milhões de euros, inclui quatro viadutos, uma ponte com 2.000 metros de extensão, quatro passagens superiores (uma delas destinada a peões) e duas passagens para uso agrícola.

A nova ligação entre os concelhos da Trofa e da Maia, ambos do distrito do Porto, corresponde a um troço com cerca de 10 quilómetros, com um perfil transversal tipo 1×1 vias, iniciando-se no nó com a Via Diagonal, já construído na primeira fase, e terminando na Rotunda da Interface Rodoferroviário da Trofa já existente.

Referindo que conhece este “assunto com muito detalhe” dadas as suas funções anteriores como deputado na Assembleia da República e porque foi acompanhando a “frustração e desilusão” da população com a demora na concretização da obra, Montenegro disse que “de uma assentada” com esta variante se resolvem vários problemas.

“Tirar trânsito rodoviário dos centros nevrálgicos dos concelhos. As vias de comunicação atuais estão absolutamente esgotadas neste perímetro (…) e evitar o atravessamento das zonas mais densas habitacionais por transportes, nomeadamente de mercadorias, que são fatores de poluição e geram muitos problemas de manutenção das estradas”, descreveu.

O primeiro-ministro descreveu a região como “uma das zonas mais dinâmicas do país”, lembrando a “localização única” graças, enumerou, “às autoestradas A3, A7, A41 e A28 e aos equipamentos aeroportuários, em particular o aeroporto Francisco Sá Carneiro e o porto de Leixões”.

“Quando decidimos, neste Governo, a localização do novo aeroporto de Lisboa, fizemos questão de dizer que aquele investimento que é crucial para o futuro do país era acompanhado pela valorização dos outros equipamentos aeroportuários em destaque especial o aeroporto Francisco Sá Carneiro que tem um potencial ainda muito grande por explorar”, afirmou.

A cerimónia começou com as intervenções dos presidentes das Câmaras Municipais da Trofa e da Maia, Sérgio Humberto e António Silva Tiago, que recordaram “o atraso de 30 anos” de uma obra “muito ansiada” e de muita “importância para a população e para as empresas”.