Luís Montenegro: Candidato Único à liderança do PSD nas Eleições de 6 de Setembro

Primeiro-ministro será reeleito sem oposição interna, marcando um consenso raro na história recente do partido.

Luís Montenegro, atual presidente do PSD e primeiro-ministro de Portugal, será o único candidato à liderança dos sociais-democratas nas eleições diretas marcadas para o próximo dia 6 de setembro. Esta situação, que não se verificava desde 2016, com Pedro Passos Coelho, reflete um cenário de unidade em torno de Montenegro, que enfrentará o escrutínio de cerca de 42 mil militantes com as quotas em dia.

De acordo com fontes do partido, até ao prazo limite das 15h00 desta segunda-feira, estabelecido pelo Conselho Nacional, apenas a candidatura de Luís Montenegro foi formalmente apresentada. Esta ausência de concorrência interna sublinha o apoio generalizado que o líder detém dentro das fileiras sociais-democratas.

O PSD tem uma longa tradição de disputas internas nas suas eleições diretas, com exceção de quatro ocasiões anteriores em que houve candidato único, incluindo esta. A última vez que tal aconteceu foi em 2016, quando Pedro Passos Coelho foi reeleito com mais de 95% dos votos. Desde então, a liderança do partido tem sido objeto de competição acirrada, como em 2018, quando Rui Rio derrotou Pedro Santana Lopes, e em 2020, quando Rio superou Luís Montenegro numa inédita segunda volta.

Com a recandidatura de Luís Montenegro, o partido parece procurar estabilidade, especialmente num momento em que o líder também exerce as funções de primeiro-ministro. A moção de estratégia global que sustentará a sua candidatura deverá ser conhecida ainda hoje, em linha com o cronograma aprovado em Conselho Nacional.

Com este apoio, Montenegro posiciona-se para consolidar a sua liderança no partido e continuar a desempenhar um papel central na governação do país, numa altura em que o PSD procura reafirmar-se como força política dominante em Portugal.