A receita será direcionada para a promoção turística e conservação de infraestruturas, assegura a autarquia.
A cidade de Braga arrecadou cerca de meio milhão de euros através da taxa turística aplicada sobre dormidas em estabelecimentos hoteleiros e alojamentos locais em 2023. Esta receita tem como principal objetivo apoiar o esforço financeiro significativo da autarquia na promoção e animação turística, bem como na conservação das infraestruturas da cidade.
De acordo com a Câmara Municipal de Braga, liderada por Ricardo Rio, a verba obtida pela taxa turística não está vinculada a um fim específico, mas é crucial para mitigar os custos elevados associados ao crescente afluxo de visitantes. “Para estimular a atividade turística, é necessário um forte investimento em promoção, conferindo visibilidade ao destino, e em animação, garantindo ainda melhores experiências a quem nos visita”, afirmou o presidente da autarquia.
O aumento do turismo, se por um lado é benéfico para a economia local, por outro, traz desafios significativos, como a degradação acelerada das infraestruturas e a necessidade de reforço dos serviços de limpeza e conservação. A taxa turística permite, assim, a criação de um fundo que contribui para manter a cidade de Braga atrativa e funcional tanto para residentes quanto para visitantes.
Braga junta-se a outros 24 municípios portugueses que já aplicam a taxa turística, um número que tem vindo a aumentar à medida que mais autarquias reconhecem a necessidade de financiar as exigências do turismo crescente. Em Lisboa, por exemplo, a receita da taxa turística tem sido utilizada, entre outras coisas, para financiar a limpeza urbana e para o desenvolvimento de novas centralidades turísticas. A capital prevê duplicar o valor da taxa para quatro euros por noite, reforçando ainda mais o orçamento destinado à manutenção e promoção do turismo.
Outras localidades, como Sintra e Cascais, também têm beneficiado significativamente das receitas geradas pela taxa, aplicando-as em projetos que visam a sustentabilidade do turismo e a preservação do património cultural. No Algarve, municípios como Faro e Loulé têm registado receitas expressivas, com valores estimados em milhões de euros anuais, destinados a melhorar infraestruturas e serviços turísticos.
A aplicação de taxas turísticas é uma tendência crescente em Portugal, com mais municípios a aderir a esta medida como forma de assegurar a sustentabilidade do turismo, que é um dos motores principais da economia local. No entanto, a sua implementação nem sempre é isenta de controvérsia, como demonstrado pela experiência de Aveiro, onde a taxa foi revogada após um período experimental que não atingiu os resultados esperados.
Em Braga, a aposta na taxa turística reflete um compromisso com a qualidade e sustentabilidade do destino, garantindo que a cidade continue a ser um polo de atração para turistas nacionais e internacionais, ao mesmo tempo que protege os interesses e o bem-estar dos seus habitantes.