Estas Nove Frases Parecem Inofensivas, mas São Usadas para o Manipular

Especialista revela expressões comuns utilizadas por manipuladores emocionais e como responder de forma assertiva.

Identificar sinais de manipulação numa relação pode ser desafiante, especialmente quando as palavras parecem inofensivas à primeira vista. Contudo, determinadas frases são frequentemente utilizadas por indivíduos que procuram controlar ou minar a autoestima do outro. A psicóloga Cortney S. Warren, formada pela prestigiada Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, colaborou com a CNBC para destacar nove expressões típicas de manipuladores emocionais e sugerir respostas adequadas para cada situação. Conheça estas frases e aprenda a defender-se de forma eficaz.


1. “Estás louco.”

Esta afirmação visa descredibilizar os sentimentos e perceções da outra pessoa, fazendo-a duvidar da sua sanidade e julgamento. É uma técnica conhecida como ‘gaslighting’, onde o manipulador distorce a realidade para ganhar controlo.

Como responder:

  • “Por favor, não questiones a minha capacidade de pensar com clareza.”
  • “Mesmo que não concordemos, é assim que eu vejo as coisas.”

Estas respostas afirmam a própria perceção e estabelecem limites claros, recusando-se a aceitar a distorção da realidade imposta pelo outro.


2. “Estás a exagerar.”

Ao minimizar os sentimentos da outra pessoa, o manipulador tenta invalidar preocupações legítimas, fazendo com que a vítima sinta que as suas emoções não são válidas ou importantes.

Como responder:

  • “Quer concordes ou não comigo, é assim que me sinto agora.”
  • “Agradeço que respeites os meus sentimentos, mesmo que não os compreendas totalmente.”

Estas respostas reconhecem e validam as próprias emoções, reforçando que os sentimentos são pessoais e merecem respeito.


3. “Estava só a brincar.”

Esta frase é frequentemente usada após um comentário ofensivo ou depreciativo, como forma de evitar responsabilidade e culpar a vítima por ser ‘sensível demais’.

Como responder:

  • “Esse comentário pode ter sido engraçado para ti, mas magoou-me.”
  • “Não me pareceu uma brincadeira e preferia que não falasses comigo dessa forma.”

Ao expressar o impacto real das palavras, estas respostas exigem respeito e desencorajam comentários futuros semelhantes.


4. “Foste tu que me fizeste agir assim.”

Esta afirmação desloca a responsabilidade pelo comportamento inadequado do manipulador para a vítima, justificando ações negativas com base nas supostas provocações do outro.

Como responder:

  • “Na verdade, não posso obrigar-te a fazer nada; as tuas ações são escolhas tuas.”
  • “Entendo que estejas chateado, mas és responsável pelas tuas próprias reações.”

Estas respostas devolvem a responsabilidade ao manipulador, esclarecendo que cada um é responsável pelos seus próprios comportamentos.


5. “Se me amasses, deixar-me-ias fazer o que quero.”

Aqui, o amor é usado como ferramenta de manipulação para obter consentimento ou submissão, condicionando o afeto à cedência da vontade da outra pessoa.

Como responder:

  • “O amor saudável envolve respeito mútuo e compreensão, não ceder a tudo o que o outro quer.”
  • “Amo-te, mas também preciso de manter os meus limites e princípios.”

Estas respostas afirmam o entendimento de amor baseado no respeito e igualdade, resistindo à manipulação emocional.


6. “Só estou a dizer isto porque te amo.”

Esta frase pode ser usada para mascarar críticas destrutivas como se fossem preocupações genuínas, confundindo a vítima sobre as reais intenções do manipulador.

Como responder:

  • “Aprecio a tua preocupação, mas a forma como estás a expressar não me faz sentir amado.”
  • “Prefiro que mostres o teu amor de maneiras que me façam sentir respeitado e valorizado.”

Estas respostas reconhecem a intenção expressa, mas também estabelecem como o amor deve ser comunicado de forma construtiva.


7. “É tudo culpa tua.”

Atribuir toda a culpa ao outro é uma estratégia para evitar assumir responsabilidade pelos próprios erros e falhas, deixando a vítima sobrecarregada com culpa injustificada.

Como responder:

  • “Acredito que ambos contribuímos para esta situação e devemos trabalhar juntos para resolver o problema.”
  • “Estou disposto a assumir a minha parte da responsabilidade, mas não por tudo o que aconteceu.”

Estas respostas promovem uma abordagem equilibrada e colaborativa para a resolução de conflitos, recusando a carga de culpa total.


8. “Todos concordam comigo. Tu és difícil.”

Ao invocar a opinião de terceiros, o manipulador tenta isolar e envergonhar a vítima, sugerindo que o problema é universalmente reconhecido e que a vítima está errada.

Como responder:

  • “Gostaria que falasses por ti mesmo em vez de trazer outras pessoas para esta conversa.”
  • “Se achas que sou difícil, podemos discutir isso diretamente entre nós.”

Estas respostas direcionam a conversa de volta para uma comunicação direta e honesta, evitando generalizações e pressões externas.


9. “O verdadeiro problema é…”

Esta técnica envolve desviar o foco do assunto em discussão para evitar responsabilidade ou confrontar questões desconfortáveis, confundindo e frustrando a vítima.

Como responder:

  • “Vamos focar-nos no que estávamos a discutir antes de mudarmos de assunto.”
  • “Percebo que há outros assuntos, mas podemos resolver este primeiro?”

Estas respostas mantêm o foco na questão atual, impedindo desvios manipulativos e promovendo uma comunicação eficaz.


Concluindo, reconhecer e responder adequadamente a estas frases manipuladoras é essencial para manter relações saudáveis e equilibradas. A assertividade e a clareza na comunicação são ferramentas poderosas para estabelecer limites e proteger o próprio bem-estar emocional. Se sentir que está numa relação onde estas dinâmicas são frequentes, pode ser útil procurar apoio de amigos, familiares ou profissionais de saúde mental para avaliar e melhorar a situação.


Nota: Este artigo visa informar e sensibilizar sobre técnicas comuns de manipulação emocional e não substitui aconselhamento profissional. Se estiver a enfrentar situações de abuso ou manipulação, considere contactar um profissional de saúde mental qualificado.