Equipa de Barcelos esteve mais próxima da vitória, mas encontro terminou sem alterações no marcador.

O Gil Vicente e o SC Braga empataram 0-0 neste domingo, em jogo referente à quarta jornada da I Liga, disputado no Estádio Cidade de Barcelos. Num confronto equilibrado, a equipa da casa esteve mais perto de alcançar a vitória, mas não conseguiu concretizar as oportunidades criadas.

O SC Braga, que entrou em campo com a possibilidade de se isolar no segundo lugar da tabela, acabou por cair para a sexta posição após o empate. Este foi o segundo empate consecutivo dos bracarenses, que na quinta-feira passada haviam empatado 2-2 frente ao Rapid Viena, assegurando o apuramento para a fase de grupos da Liga Europa. A intensidade de jogos recentes parece ter pesado fisicamente sobre a equipa de Carlos Carvalhal, que não conseguiu impor o seu ritmo em Barcelos.

Por outro lado, o Gil Vicente, que também vinha de um empate sem golos frente ao Estoril Praia, repetiu o resultado, mantendo-se na 10.ª posição da tabela. A equipa gilista mostrou-se organizada e criou as melhores chances do jogo, mas faltou eficácia na finalização.

O jogo começou com o SC Braga a assumir o controlo nos primeiros 15 a 20 minutos, durante os quais conseguiu algumas aproximações perigosas à baliza de Andrew, guarda-redes do Gil Vicente. No entanto, apenas Arrey-Mbi conseguiu testar o guardião adversário, que respondeu com uma defesa segura. Com o decorrer da primeira parte, os bracarenses perderam ímpeto, permitindo ao Gil Vicente crescer no jogo.

A melhor oportunidade da primeira metade pertenceu à equipa da casa. Aos 40 minutos, Tidjany Touré contornou Matheus, mas viu o remate ser cortado em cima da linha por Paulo Oliveira, evitando o golo do Gil Vicente.

No segundo tempo, o Gil Vicente entrou com mais frescura física e voltou a criar perigo. Aos 59 minutos, Rúben Fernandes, na sequência de um canto, obrigou Matheus a uma intervenção atenta. Pouco depois, Carlos Carvalhal mexeu na equipa, trocando o sistema tático para um 4x4x2 com a entrada de Roberto Fernández. No entanto, o técnico ‘arsenalista’ recuou na decisão e voltou ao esquema inicial com uma tripla substituição aos 76 minutos, que, contudo, não trouxe melhorias significativas no rendimento ofensivo do SC Braga.

O Gil Vicente manteve-se perigoso até ao final do jogo e esteve muito perto de marcar aos 84 minutos. Maxime Dominguez, servido por Félix Correia, rematou para uma excelente defesa de Matheus. Na recarga, Mboula parecia destinado a marcar, mas Yuri Ribeiro, recém-entrado, cortou a bola em cima da linha, garantindo o empate para os bracarenses.

Com este resultado, o Gil Vicente continua sem vencer, mas mostrou uma evolução positiva no seu jogo, enquanto o SC Braga perde terreno na luta pelos lugares cimeiros da I Liga, tendo agora que recuperar forças durante a pausa para os compromissos internacionais.

Carlos Carvalhal, treinador do Sp. Braga, na sala de imprensa, após igualdade (0-0) frente ao Gil Vicente:

«Depois de uma competição europeia, a estratégia passava por ter uma entrada forte e só faltou o golo. Tivemos 25 minutos muito fortes e depois caímos um pouco nos últimos minutos da primeira parte.

Entrada forte e depois houve uma quebra: “Sim, era previsível, depois de um jogo na quinta-feira para uma competição europeia, a equipa vinha moralizada pela passagem e a estratégia passava por fazermos uma entrada forte e fazer um golo pelo menos e só faltou mesmo isso, porque tivemos 20 ou 30 minutos de um nível muito alto, não deixámos o Gil Vicente dar três passes seguidos. Depois, caímos um pouco na parte final da primeira parte. Na segunda, depois de termos arriscado e corrido muito para fazermos um golo, isso paga-se, mesmo que não tivéssemos jogado na quinta-feira, não é possível jogar 90 minutos a pressionar sempre.”

As oportunidades: “O Gil Vicente teve as melhores oportunidades de golo, sem dúvida, mas a nossa equipa foi estoica. Arriscámos com dois avançados e uma das consequências era poder partir-se e foi aí que o Gil Vicente criou perigo em transição. Retificámos e voltámos a controlar o jogo, mesmo sem grandes ocasiões de golo. A equipa mostrou enorme espírito de sacrifício. Termina um ciclo longo, muito difícil e com muitas contrariedades.”

As ausências: “Não vou pelas ausências, mas o Paulo Oliveira foi a jogo com dois treinos, o Bambu fez uma semana de trabalho, o Niakaté não está nas melhores condições, o Zalazar também, mas é o que é.”

Frustração por não saltar para a segunda posição e cair para a sexta?“Claro que sim, queremos estar nos lugares da frente. Tivemos um jogo muito difícil e exigente na quinta-feira, de um grande desgaste físico e mental, fizemos uma viagem mais demorada do que é normal e poucas horas depois estávamos aqui a competir a um grande nível, tiro o chapéu aos jogadores.”

Reforço: “O Yuri Ribeiro é mais um que treinou uma semana e meio, não estava a treinar com nenhuma equipa, precisaria de três semanas. Isto não é normal, mas as circunstâncias são estas, teve que avançar e teve esse lance que foi determinante para termos um ponto. Vai ter tempo para se integrar, vamos recuperar lesionados e vamos regressar mais fortes depois da paragem.”

Benéfica a paragem? Eu estou todo roto e sou treinador, imagine-se os jogadores que estão a jogar 90 minutos seguidos há semanas. Estou desgastadíssimo, vinha de férias e entrei a mil. Ainda bem que vem esta paragem, dá para respirar”.

Bruno Pinheiro, treinador do Gil Vicente, na sala de imprensa, após igualdade (0-0) frente ao Sp. Braga:

«Defrontámos uma belíssima equipa, que tudo fez para ganhar, mas a partir dos 20 minutos conseguimos equilibrar as contas, conseguimos superiorizar-nos, mas faltou o golo. A haver um vencedor era o Gil Vicente.

Sobre o jogo: “Defrontámos uma belíssima equipa que fez tudo para ganhar, mas sinceramente acho que a partir dos 20 minutos conseguimos equilibrar as coisas e, até ao final, foi um Gil Vicente a crescer e que acabou por superiorizar-se. Faltou-nos apenas um golo para nos dar os três pontos, a haver um vencedor teria que ser o Gil Vicente. O Braga conseguiu apertar-nos, houve algum demérito nosso, não estávamos a conseguir defender e tapar os caminhos para a progressão do Braga e não estávamos a conseguir ter bola e isso estava a dar confiança ao adversário. Hoje diverti-me a ver o Gil Vicente crescer durante o jogo, os jogadores conseguiram começar a ver onde estavam as soluções. Não me lembro de uma situação de golo por parte do Braga.”

Maxime Dominguez no banco por estratégia ou pode estar de saída? “Tem um bocado das duas situações. Foi estratégico, mas havia rumores que podia sair e não estava a contar com ele a 100 por cento, mas depois foi-me transmitido que não ia sair, ou que podia estar à disposição, e foi utilizado.

Paragem benéfica: “Não temos tido muito tempo de trabalho e vai permitir termos mais treinos para consolidar conceitos e considero que vai ser benéfico. Mas, vamos perder cinco jogadores, o que vai desequilibrar essa aprendizagem e desfasar os jogadores, porque não vão estar todos a iniciar esses processos e conceitos de jogo. Daqui a 15 dias, tenho a sensação que vou ter mais jogadores dentro do processo e outros mais para trás. É uma vantagem desvantajosa”.

Resumo

Ficha de Jogo

Estádio Cidade de Barcelos.

Gil Vicente – SC Braga, 0-0.

Equipas

– Gil Vicente: Andrew, Zé Carlos, Buatu, Rúben Fernandes, Sandro Cruz, Castillo (Maxime Domingez, 78), Mory Gbane, Fujimoto, Tidjany Touré (Mboula, 58), Félix Correia (Diego Collado, 87) e Cauê (Aguirre, 78).

(Suplentes: Brian, Santi, Josué, Mutombo, Yaya Sithole, Maxime Dominguez, Mboula, Diego colado e Aguirre).

Treinador: Bruno Pinheiro.

– SC Braga: Matheus, Victor Gómez (Joe Mendes, 76), Paulo Oliveira, Arrey-Mbi, Adrián Marín (Yuri Ribeiro, 82), Vítor Carvalho, André Horta (Gorby, 76), Ricardo Horta, Roger (Roberto Fernández, 58), Gabri Martínez e El Ouazzani (João Marques, 76).

(Suplentes: Lukas Hornicek, Joe Mendes, Yuri Ribeiro, Niakaté, Gorby, Thiago Helguera, João Marques, Vasconcelos e Roberto Fernández).

Treinador: Carlos Carvalhal.

Árbitro: Fábio Veríssimo (Leiria).

Ação disciplinar: cartão amarelo para Sandro Cruz (42), Vítor Carvalho (45), Mboula (71), Fujimoto (77) e Andrew (82).

Assistência: 7.140 espetadores.