O presidente do Chega, André Ventura, apelou hoje às autoridades autárquicas e policiais para que impeçam uma contramanifestação que, segundo ele, foi convocada para domingo, nos mesmos locais da manifestação organizada pelo seu partido. Ventura também acusou a presidente do Grupo Parlamentar do PS, Alexandra Leitão, de incentivar a participação na contramanifestação e pediu que os líderes do PS e Bloco de Esquerda, Pedro Nuno Santos e Mariana Mortágua, se distanciem desses apelos.

De acordo com Ventura, a manifestação do Chega, agendada para domingo, tem como objetivo protestar contra a “imigração descontrolada em Portugal” e contará com cerca de três mil participantes, sendo coordenada diretamente por ele. O líder do Chega rejeitou ainda que a sua manifestação esteja associada a movimentos neonazis, alertando, no entanto, que diversos movimentos têm convocado protestos contra a manifestação do Chega, o que pode resultar em situações de desordem pública.

Ventura afirmou que o Chega não cancelará o protesto, mas apelou aos líderes partidários para evitarem incitar provocações ou tentativas de boicote, enfatizando que a manifestação foi organizada com as autoridades e segue um trajeto já definido há semanas.

No dia 18 de setembro, Ventura anunciou o adiamento da manifestação original, prevista para o sábado anterior, em solidariedade com as vítimas dos incêndios. A manifestação foi inicialmente convocada em agosto, com o objetivo de protestar contra a “imigração descontrolada” e a “insegurança nas ruas”.

Segundo dados apresentados pelo Governo em junho, a população estrangeira em Portugal aumentou 33% no ano passado, com mais de um milhão de imigrantes a viver legalmente no país. A maior parte dos imigrantes recebeu autorização de residência para exercer atividade profissional, contribuindo para o crescimento da população ativa e a revitalização demográfica.

Esses dados foram divulgados durante o Plano de Ação para as Migrações, aprovado pelo Conselho de Ministros, onde o primeiro-ministro Luís Montenegro rejeitou qualquer ligação entre o acolhimento de imigrantes e o aumento da criminalidade.