Presidente da Câmara rejeita utilização do espaço histórico para estacionamento, enquanto projeto de pedonalização do centro avança. Oposição alerta para falta de alternativas.

O centro histórico de Guimarães vai sofrer alterações significativas com a retirada dos autocarros turísticos das suas ruas. A autarquia, liderada por Domingos Bragança, anunciou que a pedonalização das principais zonas centrais, como o Toural, a Alameda e a Rua de Santo António, está em fase de planeamento. A decisão faz parte de um projeto mais amplo de revitalização urbana, sendo que apenas autocarros com lotação até 18 pessoas poderão circular nessas áreas.

Durante a discussão sobre o futuro do trânsito turístico, o CDS/PP, através da vereadora Vânia Dias da Silva, sugeriu que o Campo de S. Mamede poderia ser uma solução para o estacionamento dos autocarros e cargas e descargas. No entanto, o presidente do município recusou categoricamente essa possibilidade, afirmando que o Campo de S. Mamede, pelo seu valor histórico e patrimonial, é “demasiado importante e emblemático para ser transformado num parque automóvel”.

Domingos Bragança também manifestou descontentamento com o atual estado do Campo de S. Mamede, referindo que “a poeira constante” afeta o castelo e a Igreja de S. Dâmaso. Em resposta, a oposição criticou a falta de alternativas, tanto para o turismo como para os residentes locais. Vânia Dias da Silva salientou a necessidade de soluções práticas para o estacionamento de autocarros, sugerindo, mais uma vez, o Campo de S. Mamede como uma opção viável.

O plano de pedonalização será, contudo, mais abrangente. Domingos Bragança revelou que a intervenção se estenderá à Avenida D. João IV, onde o jardim será prolongado até à Igreja de S. Gualter, e na parte superior até ao Museu Alberto Sampaio. O projeto prevê a restrição da circulação automóvel em toda a área envolvente.

Por outro lado, o presidente da Câmara Municipal antecipou que as obras no final da Rua de S. António, perto dos correios, poderão gerar “polémica”. Reconheceu que as intervenções urbanísticas no espaço público tendem a suscitar controvérsia, mas manteve-se firme na intenção de avançar com as mudanças necessárias para melhorar o centro histórico da cidade.

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