O SC Braga assegurou hoje um lugar nos oitavos de final da Taça de Portugal ao derrotar o Leixões por 2-0 no Estádio do Mar, num jogo em que dominou o adversário.
O primeiro golo surgiu aos 12 minutos, num lance infeliz para Hugo Basto, que introduziu a bola na própria baliza após um remate de Bruma. O marcador foi fechado aos 68 minutos, com um golo espetacular de livre direto de Bruma, que não deu hipóteses ao guarda-redes Stefanovic.
Apesar de uma entrada corajosa do Leixões, que procurou criar perigo nos instantes iniciais e somou os primeiros cantos do encontro, a equipa bracarense rapidamente tomou conta do jogo. O Leixões não conseguiu rematar à baliza durante os 90 minutos, refletindo as dificuldades em ultrapassar a organização defensiva do Braga.
Antes do início da partida, o Leixões homenageou Carlos Carvalhal, treinador que levou o clube à final da Taça de Portugal em 2002, mas o reconhecimento não foi suficiente para inspirar os homens de Matosinhos dentro de campo.
Na segunda parte, o Leixões viu as suas esperanças reduzidas quando Rafael Santos foi expulso aos 65 minutos, após ver o segundo cartão amarelo por falta sobre Ricardo Horta. Na sequência do livre, Bruma assinou o momento do jogo, com um remate colocado que selou o triunfo minhoto.
O SC Braga ainda esteve perto de ampliar a vantagem, com El Ouazzani e Ricardo Horta a protagonizarem lances perigosos nos minutos finais, incluindo uma bola no poste já nos descontos.
Com esta vitória segura, os bracarenses seguem em frente na competição, mantendo vivo o sonho de conquistar mais um troféu na presente temporada.
Carlos Fangueiro e Carlos Carvalhal fizeram uma conferência de imprensa conjunto. Sorridentes, bem-dispostos, os dois treinadores partilharam as ideias sobre o jogo. O primeiro a falar foi o técnico bracaranse, tendo o treinador do Leixões falado de seguida.
«A ideia da conferência conjunta foi proposta pelo Leixões. Já tínhamos falado antes do jogo e foi com agrado que aceitámos. Estudámos muito bem o Leixões assim como o Fangueiro estudou bem o Sp. Braga. Os três avançados do Leixões ão um perigo constante. Estudámos bem as suas movimentações, sabíamos quem vinha em apoio e quem atacava a profundidade. A equipa no seu todo esteve muito bem, mas a linha defensiva esteve irrepreensível. O relvado não estava bom, por isso, o jogo não poderia ser de qualidade. O Leixões tem excelentes executantes, gosta de jogar bem. Foi uma vitória justa do Sp. Braga. Respeitámos muito o Leixões. Acho que a expulsão e o 2-0 mataram o jogo», disse Carvalhal, na sala de imprensa do Mar.
Por sua vez, Carlos Fangueiro começou por tecer rasgados elogios ao colega de profissão e só depois analisou a derrota dos Bebés do Mar.
«Aqui ao meu lado está um grande homem e um grande treinador. Admiro-o muito. É a minha referência. Agradeci-lhe por tudo o que tem feito pelo futebol português. É e vai ser sempre uma referência», começou por referir.
«É um resultado justo. Em igualdade numérica, o Sp. Braga teve algum domínio, mas o jogo estava equilibrado. Estudámos muito bem o Sp. Braga, uma equipa que tem dois médios que em posse querem atrair os médios para usar o jogo interior dos extremos. Decidimos fazer um quadrado no corredor central para evitar esse tipo de espaço. Mas depois, o 2-0 e a expulsão, mataram-nos em termos anímicos. O Sp. Braga é uma equipa de qualidade e o resultado é justo», defendeu.
Fangueiro disse ainda que o resultado «não deixa marca» no Leixões no regresso à II Liga e considerou que o Sp. Braga foi «perfeito» na forma como travou os três homens da frente da sua equipa. Por seu turno, Carvalhal refletiu sobre o golo invalidado a Ouazzani, no final da primeira parte, quando o avançado estava em linha.
«Não sei quem trata disso, não faço ideia, mas vejo jogos da Liga 3 e da Liga feminina com VAR. E na fase adiantada da Taça, com equipas profissionais, não existir VAR, faz-me confusão. Já deveria existir. É algo que precisa de ser retificado», defendeu.