O F. C. Porto empatou com o Sporting por 1-1, esta sexta-feira, num clássico intenso decidido apenas nos instantes finais, com um golo de Namaso aos 90+4 minutos. Com este resultado, os dragões mantêm-se a oito pontos do primeiro lugar, enquanto os leões podem ver o Benfica aproximar-se na tabela.
Drama até ao apito final
O jogo decorreu com grande intensidade e equilíbrio. A primeira parte foi marcada pela lesão de João Simões e por uma bola ao poste de Eustáquio. O Sporting chegou à vantagem ainda na primeira metade, com um grande trabalho de Geovany Quenda, que serviu Fresneda para o golo. O lateral espanhol apontou assim o seu segundo golo em dois jogos consecutivos.
Na segunda parte, o F. C. Porto procurou responder, criando perigo por Harder, que tentou um pontapé acrobático, e por Pepê, que obrigou Rui Silva a uma defesa complicada com um cabeceamento perigoso. Quando a vitória do Sporting parecia certa, Namaso aproveitou uma oportunidade nos descontos para garantir o empate e levar o Estádio do Dragão à loucura.
Expulsões e impacto na classificação
Nos instantes finais do encontro, Matheus Reis e Diomande viram o cartão vermelho, deixando o Sporting reduzido a nove jogadores. O empate mantém o F. C. Porto a oito pontos do líder, enquanto o Sporting pode perder terreno para o Benfica, dependendo do resultado do rival encarnado.
A emoção do clássico deixou os adeptos em suspenso até ao último segundo, num jogo que ficará na memória pelo seu desfecho dramático.
Declarações de Martín Anselmi, na sala de imprensa do Estádio do Dragão, após o empate entre FC Porto e Sporting (1-1) em jogo da 21.ª jornada da Liga:
«Primeira parte de muito respeito da nossa parte? Não creio que a palavra seja essa. Na primeira parte, saltámos com Pepê e o Samu na frente. O Moura seguia com o lateral direito, o Eustáquio com o lateral direito. Houve situações em que nos antecipámos e roubámos a bola. Na segunda parte, tivemos mais duelos entre laterais e controlámos o jogo, depois de uma primeira parte muito dividida. É uma questão tática. Na segunda parte fomos mais agressivos.»
«O mais importante é a evolução que a equipa teve com tão poucos treinos. Tivemos três ou quatro sessões de recuperação. O mais importante é o que se vê em campo, a vontade de competir até ao fim do encontro que se viu nestes três jogos. O nosso modelo continua a melhorar, sobretudo na construção. Todavia, este é um trabalho que leva tempo, para que esteja afinado como queremos. A cada dia devemos ser melhores. Agora estamos mais juntos, a equipa está mais unida em campo, corrigimos os posicionamentos e fomos mais fluídos na construção. Estou contente pela competitividade dos jogadores.»
«Na primeira parte tentámos jogar com dois avançados, contra dois centrais, tentando encurtar o espaço. Jogámos com o Pepê a sair a jogar mais, mas não conseguiu encontrar espaços. Por isso, na segunda parte, veio para dentro, dando espaços no corredor para o Francisco Moura explorar. O Pepê fez uma segunda parte muito boa. Depois, o Gonçalo Borges entrou como extremo, mas sem variar de sistema. Fizemos entrar um ponta-de-lança e acabámos a jogar com dois médios – Vieira e Eustáquio – com Mora e Pepê entre linhas, e Namaso e Samu na área. Havia muita gente no ataque. Criámos uma linha de cinco, para que fossemos mais rápidos.»
Declarações de Rui Borges, na sala de imprensa do Estádio do Dragão, após o empate entre FC Porto e Sporting (1-1) em jogo da 21.ª jornada da Liga:
«Na primeira parte fomos claramente melhores com e sem bola. A única chance de golo deles foi uma perda de bola do Inácio. O FC Porto estava adormecido e não chegava à nossa baliza. Tirando isso, é outra perda de bola do Maxi. Na segunda parte não entrámos muito bem, fomos baixando, perdendo confiança, tentamos ajustar com uma linha de cinco para defender a largura do FC Porto. Sabíamos que íamos estar com um bloco mais baixo, mas as melhores oportunidades são nossas. Temos dois lances claros do Harder e do Quenda para fazer o 2-0. O FC Porto tentou ser mais audaz no processo defensivo, tentar presionar mais alto. Perdemos algum fulgor físico, baixámos as linhas, fomos controlando até perto do final. É um jogo ingrato em que podíamos ter sido mais inteligentes na segunda parte. Perdemos o equilíbrio nos últimos cinco minutos e não podemos fazer isso.»
[Linhas demasiado baixas]
«Talvez sim, mas a linha de cinco era mesmo para isso. Como não entrámos tão bem na segunda parte, era importante tapar a largura do FC Porto. Fomos controlando mesmo com um bloco mais baixo. Com bola podíamos ter tido mais calma mas, como disse, os dois melhores lances da segunda parte são nossos. Acabamos por sair penalizados por baixar demasiado, mas são contingências do jogo que não controlámos. Agarrámo-nos ao resultado, perdemos energia. Não podemos perder o equilíbrio emocional e isso pode não ser benéfico para o próximo jogo.»
[Baixas no próximo jogo]
«Um pouco isso, já estamos algo condicionados por lesões e ainda para mais com castigos acaba por condicionar ainda mais. Mas continuaremos fortes. Eles demonstraram o porquê de serem campeões nacionais. Fizeram um grande jogo e fomos ambiciosos.»
[Bom momento de Fresneda]
«Há poucas semanas, toda a gente dizia que o Sporting estava fora do título, que não era capaz… O Sporting está em primeiro e tem a melhor defesa e melhor ataque. Temos tido duelos com grandes equipas e temo-nos batido como verdadeiros campeões.»
[Um ponto]
«Queríamos ganhar, custa sair daqui com um ponto. Tivemos chances até ao fim. Merecíamos por tudo o que fizemos. Custa sair com um ponto. Esta equipa quer ganhar.»