A queda do Governo PSD/CDS-PP, após o chumbo da moção de confiança hoje na Assembleia da República, coloca em suspenso vários projetos estruturantes, incluindo a Parceria Público-Privada (PPP) para o Hospital de Braga. O executivo entra agora em regime de gestão, o que impede o avanço de várias reformas e diplomas, com impacto direto na Saúde, Justiça e Educação.


PPP no Hospital de Braga suspensa

Entre os processos travados está o lançamento de cinco PPP no Serviço Nacional de Saúde (SNS), incluindo para o Hospital de Braga, bem como os hospitais de Vila Franca de Xira, Loures, Amadora-Sintra e Garcia de Orta (Almada-Seixal).

Este projeto, aprovado na última sexta-feira em Conselho de Ministros, previa o regresso da gestão privada a estes hospitais e a preparação dos respetivos concursos públicos. A intenção era avaliar, através do Comparador do Setor Público, as vantagens da gestão privada. Com o Governo em gestão, este processo fica agora interrompido.


Outras medidas da Saúde também em risco

Além das PPP, ficam também em suspenso:

  • Refundação do INEM, com nova lei orgânica e reforço de autonomia financeira;
  • Plano de Emergência e Transformação da Saúde, cuja execução estava a meio caminho, com medidas como a criação das USF-C (Unidades de Saúde Familiar – modelo C) que deveriam envolver setor social e privado no apoio aos cuidados primários.

Justiça: Leis estruturantes ficam paradas

Na área da Justiça, vários diplomas que estavam no Parlamento ou prontos a serem discutidos vão também ser afetados, nomeadamente:

  • Reforma da distribuição de processos judiciais, devolvendo essa tarefa às secretarias judiciais;
  • Regime das lanchas rápidas, importante no combate ao tráfico de droga;
  • Estatutos dos Magistrados, para rejuvenescimento dos tribunais superiores;
  • Reforma da perda alargada de bens, peça-chave da Agenda Anticorrupção;
  • Reestruturação do Mecanismo Nacional Anticorrupção (MENAC).

Educação: Revisão do Estatuto da Carreira Docente adiada

Em Educação, algumas das reformas mais aguardadas ficam congeladas, incluindo:

  • Revisão do Estatuto da Carreira Docente, essencial para resolver a falta de professores;
  • Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES), que já estava a ser negociado;
  • Revisão do sistema de ação social e bolsas no ensino superior;
  • Avaliação das disciplinas escolares, incluindo Cidadania e Desenvolvimento, um tema controverso, que o atual ministro queria rever.

⚙️ Impacto geral: incerteza e paralisia

Com o executivo limitado a funções de gestão, reformas consideradas estruturais para o futuro do país ficam em “banho-maria”. A incerteza política deixa em suspenso investimentos, mudanças organizativas e processos legislativos complexos, nomeadamente em setores essenciais como saúde, justiça e educação.

📅 Nos próximos meses, estas decisões ficarão nas mãos de um novo governo, a eleger, possivelmente, num cenário político mais fragmentado e exigente.

Se quiser, posso fazer um resumo ainda mais curto ou focado só no Hospital de Braga. Quer?

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